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Marina diz que Brasil quer chegar à conferência climática no Azerbaijão com meta "robusta" de redução de emissões

Publicado 05.06.2024, 12:41
Atualizado 05.06.2024, 14:35
© Reuters. Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasílian08/03/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil pretende chegar à conferência das Nações Unidas sobre o clima marcada para novembro deste ano no Azerbaijão, a COP29, com metas "robustas" de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa que permitam ao país liderar pelo exemplo, disse nesta quarta-feira a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

O Brasil, assim como os demais países do Acordo de Paris, tem que apresentar até o próximo ano a sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) -- o compromisso de redução de emissões de gases do efeito estufa -- para 2035 e, de acordo com a ministra, pretende melhorar suas metas.

"O Brasil quer sim fazer uma NDC ambiciosa, liderar pelo exemplo como disse o presidente. Queremos que as nossas NDCs sejam transparentes. Elas serão para todos os setores, e queremos chegar no Azerbaijão já sinalizando o compromisso do Brasil em ter NDCs robustas, que nos levem a cumprir com aquilo que assumimos na COP 28, de não ultrapassarmos 1,5 de temperatura", disse Marina.

As atuais NDCs brasileiras são de redução das emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, em relação às emissões de 2005. De acordo com a secretária de Mudança do Clima do MMA, Ana Toni, o país ainda não tem o número para 2035 fechado, mas destaca que a meta para 2025 já é robusta, melhor do que vários países ricos, como Estados Unidos, então qualquer avanço será significativo.

"Qualquer melhoradinha do Brasil é uma melhoradona", afirma.

 

MERCADO DE CARBONO

© Reuters. Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília
08/03/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino

Durante a entrevista, em Brasília, Marina Silva comentou também a operação da Polícia Federal que revelou fraudes no mercado de carbono no país que chegaram a 160 milhões de reais. A ministra disse que não tinha ainda ficado sabendo da investigação, mas elogiou o trabalho de inteligência da PF.

"Fizemos um esforço muito grande para termos uma lei para regulamentar o mercado de carbono e uma das nossas ambições é que o mercado de carbono brasileiro possa ser confiável, tenha transparência, integridade. Queremos viabilizar algo para ter mais essa oportunidade de meio de proteção de floresta, mas também para melhorar a vida das pessoas que tenham esse ativo", disse. "Integridade, transparência, confiabilidade é nosso esforço. Qualquer ação fraudulenta vai na contramão do interesse ambiental social e do próprio interesse econômico."

Uma das medidas assinadas nesta quarta pela ministra e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a liberação do comércio de crédito de carbono em concessões florestais, uma medida que o governo vê como essencial para aumentar a preservação e também a recuperação de áreas de florestas.

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