O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou a viagem à China que estava prevista para sábado, 25, por causa de uma pneumonia. Em nota, a assessoria de Lula informou que a pneumonia é "leve" e que ida ao país asiático ficará agora para domingo, 26.
O cardiologista Roberto Kalil viajou de São Paulo para Brasília a fim de examinar Lula, no Palácio da Alvorada "Ele está bem. Está estável", disse Kalil ao Estadão, na manhã desta sexta-feira, 24, pouco antes de retornar à capital paulista. Questionado se a viagem de Lula à China será mantida, Kalil respondeu que sim. "Provavelmente, ele irá no domingo", afirmou o médico.
Lula realizou exames no hospital Sírio Libanês, em Brasília, na noite de quinta-feira, 23, após viagem a Estados do Nordeste e ao Rio de Janeiro. "O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está no Alvorada após exames no hospital Sírio Libanês ontem à noite. O presidente está com pneumonia leve e irá, por conta disso, adiar para domingo o início da sua viagem para a China", informa nota enviada pela assessoria do presidente.
A reunião entre Lula e a coordenação do governo, prevista para a manhã desta sexta-feira, foi cancelada. Um do principais assuntos que seriam discutidos no encontro era o rito de tramitação das Medidas Provisórias (MP) no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha agenda no Planalto e, diante do cancelamento dos compromissos do presidente, irá despachar em seu gabinete.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil. A viagem terá uma comitiva com cerca de 200 empresários de vários setores, entre os quais infraestrutura, agronegócio, alimentos, roupas, calçados e inovação digital, além de representantes de instituições financeiras.
"Essa viagem é fundamental para trazer investimentos duradouros e talvez seja o marco de uma nova era na relação Brasil-China", disse ao Estadão o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana. "A ideia é sair de uma relação comercial para uma parceria estratégica com a China. É outro olhar", completou.
Na avaliação de Viana, o Brasil deve dar um passo adiante ao retomar a diplomacia comercial com seu maior parceiro de negócios. "A China tem Investimento Estrangeiro Direto (IED) e põe no mundo, por ano, US$ 2,6 trilhões. Deste total, para o Brasil são só US$ 30 bilhões. Queremos recuperar o terreno perdido", argumentou. A título de comparação, a Espanha investe no Brasil US$ 60 bilhões por ano.