A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou neste sábado (18.nov.2023) o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) pelas visitas de Luciane Barbosa, conhecida como “dama do tráfico amazonense”, a assessores do ministério. Ela afirmou que o crime organizado “comemorou” a eleição do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 e mencionou a visita de Dino ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
“Quando o atual presidente foi eleito, quem comemorou? O crime organizado. Será que é por isso que seu ministro consegue entrar numa favela sem segurança? Será que é por isso que hoje abre as portas do ministério para receber, como diz a imprensa, a ‘dama do tráfico’?”, disse Michelle em evento do PL Mulher em Porto Alegre (RS).
Luciane Barbosa é casada com Clemilson dos Santos, conhecido como “Tio Patinha” e está preso desde dezembro de 2022. Ela foi recebida duas vezes por assessores do ministério de Dino.
Cotado para vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), Dino tem sido alvo de críticas pelas visitas de Luciene Barbosa a integrantes do seu ministério. Ele afirmou que nunca recebeu “líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”. Recebeu o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que saiu em sua defesa.
No evento deste sábado, Michelle também criticou a visita de Dino ao Complexo da Maré em 13 de janeiro. Na data, o ministro foi à comunidade a convite da ONG (Organização não Governamental) Redes da Maré. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou ao final do encontro e também fez crítica a Dino, sem mencionar o nome do ministro.
“Todo dia tem uma maldade em cima de mim, a de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim lá na Esplanada é aquela que está no ministério. É aquela que diz que eu queria dar golpe agora no dia 8 de Janeiro, mas aquela baleia some com os vídeos do seu ministério”, declarou.
Reforma tributária
Bolsonaro criticou a reforma tributária aprovada no Senado. Afirmou que integrantes do PL que votaram a favor da proposta serão “expurgados” do partido. Na Câmara, 20 deputados do PL votaram a favor do texto. No Senado, apenas 1 voto da sigla foi favorável, o de Eduardo Gomes (PL-TO), ex-líder do Governo no Congresso na gestão de Bolsonaro.“Desde o 1º momento, o nosso partido assumiu uma posição. Que pena que uma minoria tenha se vendido. Jesus tinha 12, um traiu. Nós temos 99, uns 10 vão trair também. Mas, a gente lá frente vamos expurgando essas pessoas”, disse. Bolsonaro articulou com aliados a rejeição da proposta e fez inclusive visita surpresa ao Congresso no dia em que o texto foi votado.
O chefe do Executivo também voltou a criticar o PT por, segundo ele, “defender” o Hamas. “Como podemos relativizar o que os caras fazem se o que eles fazem atenta contra as questões humanitárias? Não podemos ser favoráveis a decapitar crianças, fuzilar famílias, estuprar mulheres. Não podemos ser favoráveis a isso, devemos repudiar isso”, disse.
PL Mulher
Michelle é a presidente do PL Mulher e tem feito viagens junto de Bolsonaro pelo país para divulgar o partido e incentivar a participação feminina na política. O movimento faz parte da estratégia da sigla para eleger mais vereadores e prefeitos nas eleições municipais do próximo ano.No evento, Michelle deu posse a cerca de 60 presidentes municipais do PL Mulher no Rio Grande do Sul. A ex-primeira-dama também recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha, homenagem da Assembleia Legislativa do Estado.