O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse em delação à PF (Polícia Federal) que um grupo de conselheiros, composto entre outras pessoas por Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro (PL), incitava o ex-chefe do Executivo a dar um golpe de Estado depois das eleições de 2022.
O ex-ajudante de ordens declarou que o grupo dizia a Bolsonaro que ele teria o apoio da população e de atiradores esportivos, conhecidos como CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). As informações são do portal UOL.
Segundo Cid, o ex-presidente resistiu pedir o fim das manifestações pós-eleição porque acreditava que seria encontrado algum indício de fraude nas urnas eletrônicas, o que resultaria na anulação do pleito em que foi derrotado.
Os comandantes do Exército e da Aeronáutica foram contra o plano de golpe. Em delação à PF, o tenente-coronel afirmou que só o chefe da Marinha, Almir Garnier, teria apoiado Bolsonaro na proposta golpista.
O militar disse que havia uma ala política, aliada de Bolsonaro, que defendia que ele desse declaração pedindo o fim das manifestações. O grupo incluía o senador e filho 01 do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Ao Poder360, o advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Amador Bueno, afirmou que afirmações “são absurdas e sem qualquer amparo na verdade“.
“A defesa reitera que o Presidente Bolsonaro, bem como seus familiares, jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”, diz outro trecho da nota (leia a íntegra abaixo).
Leia a íntegra da defesa de Bolsonaro:
“As afirmações feitas por supostas fontes são absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova. Causa, a um só tempo, espécie e preocupação à defesa do Presidente Bolsonaro que tais falas surjam nestes termos e contrariem frontalmente as recentíssimas — ditas e reditas —, declarações do subprocurador da República, Dr Carlos Frederico, indicando que as declarações prestadas pelo Ten Cel Mauro Cid, a título de colaboração premiada, não apontavam qualquer elemento que pudesse implicar o ex-Presidente nos fatos em apuração.
“A defesa reitera que o Presidente Bolsonaro, bem como seus familiares, jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país.
Lamentavelmente, e de forma insólita na dinâmica processual, à defesa até hoje não foi autorizado o acesso ao conteúdo de tais declarações, a despeito dos constantes ‘vazamentos’ — fortemente criticados pelo referido Subprocurador —, havidos em veículos de comunicação, como no caso vertente.”