Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) é quem mais se aproximaria em intenção de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2026 se o ex-presidente Jair Bolsonaro continuar impedido de concorrer, de acordo com cenários testados em pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta terça-feira.
De acordo com o levantamento, Michelle saiu-se melhor do que o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outros nomes de direita colocados em cenários do MDA.
No cenário com a ex-primeira-dama, Lula lidera com 34,1% das intenções de voto, enquanto Michelle soma 20,5% e Marçal tem 14,1%. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 9,3% e a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), fica com 9,2%.
Quando o governador paulista é colocado como candidato, Lula segue na liderança com 35,2%, enquanto Marçal soma 16,9%, Tarcísio tem 15%, Tebet fica com 9,5% e Ciro soma 9,4%.
Já no caso em que o próprio Bolsonaro aparece na disputa, Lula aparece com 35,2% e o ex-presidente tem 32,2%, enquanto Marçal fica com 8,4%, Tebet tem 8% e Ciro 6,2%.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por uma reunião que realizou com embaixadores quando era presidente para fazer alegações falsas contra a integridade do sistema eletrônico de votação do Brasil antes da eleição de 2022.
O levantamento também perguntou aos eleitores que se consideram de direita e de centro-direita quem seria o melhor candidato a presidente para o pleito de 2026, e 47,9% apontaram Bolsonaro, enquanto 11,4% indicaram Marçal, 10,5% optaram por Tarcísio e 5,1% escolheram Michelle.
No caso de Bolsonaro não disputar, Tarcísio foi citado como candidato ideal por 22,6%, Michelle por 21,9% e Marçal por 20,3%.
Já entre os entrevistados que se declararam de esquerda e centro de esquerda, Lula é o candidato preferido de 60,2%. Na hipótese de o presidente decidir não buscar a reeleição, o nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é apontado como ideal por 31,3%, enquanto 17,5% citaram o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e 15% o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
APROVAÇÃO DE GOVERNO
A pesquisa apontou também pequenas variações, dentro da margem de erro, na avaliação do governo Lula e na aprovação pessoal do presidente.
De acordo com o levantamento, 35% têm uma avaliação positiva do governo, contra 37% na pesquisa realizada em maio, ao passo que 31% veem o governo de forma negativa, ante 30% na pesquisa anterior, e 32% o enxergam como regular, ante 31%.
Sobre a aprovação pessoal de Lula, 50% aprovam o presidente, ante 51% em maio, enquanto 46% desaprovam, contra 46%.
O MDA ouviu 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de novembro.