O ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) afirmou nesta 4ª feira (25.out.2023) que políticos protegeram milícias no Rio de Janeiro. Declarou que o crime organizado é um problema “há décadas” agravado pelo incentivo de políticos no Estado.
“Um dos maiores erros políticos que houve no Rio de Janeiro foi o incentivo às milícias. As milícias foram incentivadas por políticos e protegidas por políticos”, disse em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
Na 2ª feira (23.out), ao menos 35 ônibus foram queimados na zona oeste do Rio de Janeiro. Os ataques foram realizados em reação à morte do sobrinho do chefe da milícia Zinho, Matheus da Silva Rezende, que foi baleado em operação da Polícia Civil do Estado.
Questionado sobre sua visita ao Complexo da Maré (RJ), em 13 de janeiro, Dino negou ter relações com o crime organizado e fez referências indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu nunca homenageei miliciano. Eu não sou amigo de miliciano, não sou vizinho de miliciano, não empreguei no meu gabinete filho de miliciano, esposa de miliciano e, portanto, não tenho nenhuma relação com o crime organizado no Rio de Janeiro”, disse.
Sobre a situação da segurança pública no Rio de Janeiro, Dino afirmou que o governo debate intensificar as ações federais no Rio de Janeiro, mas descartou uma intervenção. Também afirmou que o governo avalia o uso das Forças Armadas de forma “subsidiária” para o apoio no Rio de Janeiro.
Dino compareceu na comissão atendendo a um convite. Antes, faltar duas convocações da Comissão de Segurança Pública.