Mourão diz que governo tem base no Congresso e não há clima para impeachment

Publicado 08.09.2021, 09:51
Atualizado 08.09.2021, 09:56
© Reuters. Vice-presidente Hamilton Mourão durate entrevista coletiva em Brasília
26/05/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou nesta quarta-feira o risco de um impeachment do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que não há clima nas ruas e que o governo tem uma maioria confortável na Câmara dos Deputados para barrar processos contra o presidente.

"Eu não vejo que haja clima para o impeachment do presidente, tanto na população quanto dentro do próprio Congresso. Acho que nosso governo tem hoje uma maioria confortável, de mais de 200 deputados, lá dentro. Não é uma maioria para aprovar grandes projetos, mas é uma maioria capaz de impedir que prosperem processos contra o presidente", afirmou o vice antes do embarque para mais uma viagem a Amazônia.

Depois dos discursos de Bolsonaro na Avenida Paulista e na Esplanada dos Ministérios, durante os atos de 7 de Setembro, diversos partidos passaram a falar mais claramente na possibilidade de apoiar processos de impeachment. Entre eles, o PSDB, o Cidadania, e o PSD.

Existem hoje 130 pedidos de impeachment contra Bolsonaro sob a guarda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Cabe a ele decidir sobre a aceitação e abertura de processo contra o presidente. Até o momento, Lira não se manifestou sobre as falas de Bolsonaro na terça.

Depois de ter dito que não compareceria às manifestações, Mourão esteve ao lado Bolsonaro no ato do Dia da Independência e ouviu as ameaças do presidente contra o STF. O vice considerou as manifestações "expressivas", mas não quis comentar o discurso alegando uma questão ética.

© Reuters. Vice-presidente Hamilton Mourão durate entrevista coletiva em Brasília
26/05/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino

O vice-presidente, no entanto, criticou os inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que, por se aproximarem de Bolsonaro e de seus filhos, tornam o ministro alvo preferencial do presidente.

"Na minha visão existe um tensionamento entre o Judiciário e o Executivo. Eu tenho a ideia muito clara que o inquérito que é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes não está correto, juiz não pode conduzir inquérito. Eu acho que tudo se resolveria se o inquérito passasse para a mão da PGR (Procuradoria-Geral da República). Isso daí distensionaria todos os problemas", alegou.

No entanto, parte das medidas determinadas recentemente pelo ministro, e que miravam apoiadores do presidente, foram feitas a pedido da própria PGR, como as operações de busca e apreensão contra bolsonaristas que organizavam parte do protesto de terça, com ameaças contra o Congresso Nacional e o Supremo.

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