O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na noite deste domingo, 8, que os grupos radicais que invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) não conseguirão destruir a democracia brasileira. "É preciso dizer isso cabalmente com toda firmeza e convicção", declarou, durante entrevista coletiva na sede do Ministério.
Dino disse que os ataques feitos neste domingo em Brasília não são "continuidade do processo eleitoral", mas terrorismo e golpismo. Ele afirmou que ainda há pessoas na internet falando em continuidade dos atos, mas que a grande maioria dos brasileiros não quer a implantação "desse tipo de espectro ou trevas". "Queremos nos solidarizar com os demais Poderes da República", afirmou.
O ministro também disse lamentar que o patrimônio do povo brasileiro tenha sido "dilapidado de modo vil". "As providências estão em curso e não têm hora para acabar", disse Dino. Ele informou ainda que ficará no Ministério "até o último ato" determinado ao interventor federal.
Força Nacional insuficiente
O ministro da Justiça e Segurança Pública afirmou também que a atuação da Força Nacional foi insuficiente para conter ações de grupos radicais neste domingo, em Brasília, após mudanças de planejamento do governo do Distrito Federal. Em coletiva de imprensa na sede do Ministério, Dino disse que o Governo do Distrito Federal (GDF) havia afirmado em reuniões bilaterais que "aquilo que lhe cabia estava adequado".
"Havia por parte do governo do DF uma visão de que essa situação estaria sob controle. O governador Ibaneis ao efetuar o pedido de desculpas públicas aos chefes dos Poderes da União está reconhecendo que algo deu errado nesse planejamento", disse o ministro, em referência ao vídeo em que o governador se desculpa pela invasão dos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
Dino afirmou que houve omissões no episódio que serão apuradas. "Quero crer que Ibaneis vai apurar as responsabilidades. Ibaneis com certeza vai responder se alguém se omitiu", declarou o ministro. Ele ressaltou que a atuação da Polícia Federal não é ostensiva e que o terrorismo ensejou "respostas possíveis" a cada momento.
Manutenção da ordem
Flávio Dino também disse que o interventor do Distrito Federal, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai pedir nesta segunda-feira (9) para o Ministério da Defesa ceder militares para ajudar na manutenção da ordem em Brasília.
"Acabei de me reunir com um general e um almirante do Ministério da Defesa", declarou o ministro, durante coletiva de imprensa na sede do Ministério da Justiça. Dino ressaltou que alguns governadores estão cedendo efetivo das polícias militares. "Estamos mobilizando esse efetivo para fortalecer a segurança do DF", emendou.