O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a líderes partidários que o pacote econômico anunciado na 4ª feira (27.nov.2024) não é “corte de gastos”, mas “contenção de despesas”.
Nos últimos cerca de 40 dias, a equipe econômica discutiu formas de cortar os gastos do governo para poder cumprir a meta fiscal, que seria de deficit zero em 2024. Para 2025 e 2026 serão necessárias reduções de mais despesas para que o chamado marco fiscal possa ser cumprido.
Haddad fez uma exposição muito breve aos líderes de partidos da base aliada, numa reunião que começou por volta de 19h e terminou um pouco antes de 20h. Além do titular da Fazenda e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estiveram presentes mais 2 ministros: Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
A forma como o ministro tratou as medidas chamou a atenção de quem estava presente.
Para cada item do pacote, Haddad se preocupava em dizer que não estava havendo um corte que pudesse ter impacto para os brasileiros mais pobres e que a política social do governo Lula estava sendo preservada. É o que depois foi sintetizado em sua frase no pronunciamento em rádio e TV, quando disse que administração petista tem um “olhar humanista sobre a economia”.
PRESIDENCIÁVEL
Políticos ouvidos pelo Poder360 interpretaram o discurso de Haddad e sua presença por mais de 7 minutos na TV em rede nacional como um posicionamento para a campanha presidencial de 2026.
Lula deve ser candidato à reeleição daqui a 2 anos. Mas o petista terá 81 anos em outubro de 2026. Por isso, aliados já têm dito que o petista sinaliza que poderá não concorrer. Haddad é sempre o nome citado como possível candidato a presidente caso Lula não queira disputar.
Na TV, o ministro da Fazenda passou mais da metade do tempo falando de programas sociais do governo atual e menos sobre o pacote que teria de aplicar cortes nas despesas federais. O formato da apresentação, com imagens de pessoas beneficiadas por programas como o Pé-de-Meia, lembrou as propagandas de campanhas eleitorais.
Como a ida de Haddad para a TV foi uma determinação de Lula, a interpretação de políticos em Brasília foi a de que o presidente está preparando o seu sucessor com esse tipo de estratégia. E o pronunciamento em rede nacional faz parte dessa decisão.
O Poder360 preparou um infográfico com as principais medidas anunciadas por Haddad: