O governador reeleito do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou em seu discurso de posse na manhã deste domingo, 1º, que o Estado hoje "é muito melhor do que o Rio de Janeiro de dois anos atrás". Segundo Castro - que era vice de Wilson Witzel (PSC) e assumiu o cargo quando o titular foi afastado e, depois, destituído em processo e impeachment - o "Estado estava imobilizado pela crise política e pela queda da arrecadação", quando assumiu o Executivo estadual.
Castro abriu seu discurso pedindo um minuto de silêncio pela morte de Pelé e pelos 75 mil moradores do Estado que morreram de Covid-19 nos últimos anos. O governador relembrou feitos do seu primeiro mandato à frente do Palácio Guanabara, sede governo estadual, após assumir o cargo.
"Nosso governo encerra o ciclo de abandono que o Estado estava afundado nos últimos anos. Ouvindo o Legislativo, o Judiciário e a sociedade sei que será possível fazer mais", disse.
A cerimônia contou a com a presença de autoridades, deputados estaduais, federais e futuros secretários de Castro. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), abriu a solenidade com a execução do Hino Nacional pela Banda da Academia da Polícia Militar e o hasteamento da bandeira às 9h40. Em seguida, Castro e Pampolha fizeram um juramento prometendo respeitar a Constituição Federal e a do Estado. Na sequência, assinaram um termo de posse, que oficializa o início do mandato.
Parceria com LulaEm sua primeira entrevista após tomar posse para o novo mandato à frente do Palácio Guanabara, Castro ressaltou que trabalhará em conjunto com o governo federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como já declarara ao Estadão. Apesar de ter feito campanha pela reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, o mandatário reeleito - diferentemente do novo governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) - não mencionou o ex-chefe de Estado no discurso que fez na Assembleia Legislativa do Rio.
"É o cumprimento de uma promessa", afirmou, ao explicar sua atitude. "Falei que trabalharia com quem o povo escolhesse. A eleição acabou. O povo fez a sua escolha. Aqui no Rio não provocamos terceiro turno. Precisamos da ajuda do governo federal na infraestrutura, na segurança e para terminar obras. Será um diálogo baseado em pautas. Eu e o presidente Lula somos funcionários do povo", disse.
Depois da solenidade, Castro, segundo programou, irá a Brasília, para participar da posse de Lula. O governador reeleito e empossado evitou comentar a atitude de Bolsonaro, que foi para os EUA e não vai passar a faixa presidencial ao sucessor.
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter seus motivos pessoais. Só tenho que respeitar", disse.
Durante a campanha, Castro foi um bolsonarista light. Participava da campanha do presidente candidato à reeleição, quando ele ia ao Rio. Mas não alardeava o apoio em outras ocasiões. O governador é próximo de André Ceciliano. O petista o ajudou a montar a base de seu primeiro governo. Com a postura ambígua, Castro captou votos também no eleitorado que votou em Lula. Venceu no primeiro turno.