O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou nesta 6ª feira (20.out.2023) o uso feito pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de um programa espião para monitorar jornalistas, políticos e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“Pelos indícios apresentados, do uso de uma instituição de Estado para essa finalidade de perseguição política, é algo gravíssimo que deve ser amplamente reprimido”, disse Pacheco a jornalistas.
A declaração se deu depois da operação da PF (Polícia Federal) para investigar se funcionários da Abin teriam usado sistemas de GPS da instituição para rastrear celulares sem autorização judicial.
A corporação cumpriu 2 mandados de prisão preventiva, 5 de afastamento e 25 de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal. A ação foi autorizada pelo STF.
Durante a operação, a PF encontrou US$ 171,8 mil em espécie na casa de Paulo Maurício Fortunato Pinto, um dos alvos.
Em nota, a Abin informou que os funcionários investigados foram “afastados cautelarmente” e que colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.
Segundo a agência, em 23 de fevereiro, um relatório da corregedoria-geral mostrou indícios sobre o uso do sistema de geolocalização desde dezembro de 2018. A partir disso, afirma a Abin, uma sindicância interna foi aberta em março de 2023.