O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que as forças de segurança do Distrito Federal descumpriram protocolos que haviam sido definidos para proteção das instituições da República, em entrevista à GloboNews. Por isso, tem de ser feita uma apuração fortíssima sobre a situação que ocorreu nesta domingo em Brasília.
No período da tarde, grupos radicais que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). "Instituições fundamentais para a democracia foram vítimas de atentado gravíssimo."
Padilha disse ainda que qualquer transição na Polícia Federal não irá atrapalhar as investigações. Para o ministro, os grupos radicais queriam não somente vandalizar, mas também provocar um golpe de Estado. "Atos não respeitam a democracia e o resultado das eleições. Do Ministério da Justiça, conseguimos ver tudo o que aconteceu. Ações e atitudes não queriam apenas vandalizar, mas provocar movimento de golpe, de intervenção, para que não se respeitasse o resultado das urnas."
Perícia criminal
O ministro afirmou que uma perícia criminal foi iniciada no Palácio do Planalto, que foi invadido e depredado mais cedo por grupos radicais que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Vídeo publicado pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, mostra a destruição de diversas salas e equipamentos do Planalto.
Para o ministro, os atos são crimes contra a democracia e o patrimônio público, algo que classificou como gravíssimo, especialmente quando se considera as falhas das forças de segurança do Distrito Federal.
"Algo muito grave aconteceu no sistema de segurança do DF que descumpriu normas", destacou Padilha. "Aqueles que foram negligentes, incluindo Polícia do DF, devem ser punidos", completou, em outro momento.
Pelas falhas "gravíssimas", Padilha disse que apoiou a intervenção federal na Segurança Pública do DF, decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que será apreciada pelo Congresso Nacional. "Queremos normalização da situação e apurar responsáveis pela negligência", disse, na entrevista.
Segundo Padilha, desde que os atos se tornaram mais radicais, houve comunicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do ministro da Defesa, José Múcio, com o governo do Distrito Federal, liderado por Ibaneis Rocha. Ibaneis pediu desculpas a Lula e aos chefes dos demais Poderes da República pelo ocorrido e exonerou o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.