📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Partidos condenam ameaças de Bolsonaro e impeachment entra na pauta

Publicado 08.09.2021, 09:43
Atualizado 08.09.2021, 09:45
© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília
07/09/2021 REUTERS/Adriano Machado

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro passou a ser discutido por diversos partidos que até o momento não fazem oposição sistemática ao governo, mas que condenaram os discursos de Bolsonaro no dia 7 de Setembro, nos quais o presidente elevou o tom dos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçou descumprir decisões judiciais.

Em nota, o PSD anunciou que criará uma comissão nesta quarta para acompanhar as próximas manifestações de Bolsonaro e avaliar eventual apoio a um processo de impedimento contra ele.

"A cada dia, vemos aumentar a instabilidade e o PSD está acompanhando essa situação com muita atenção. Temos avaliações de alguns importantes juristas apontando que apenas as falas, as manifestações, seriam razões suficientes para justificar o processo. Vamos acompanhar a conduta do governo para determinar, ou não, a defesa e o apoio a um eventual processo de impeachment do presidente da República", disse o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, ainda na terça, de acordo com nota do partido.

"Tivemos hoje a temperatura mais elevada, manifestações muito duras, acima do tom. Começam a surgir indicativos importantes, que podem justificar o impeachment. A fala de que o presidente não vai acatar decisões judiciais é muito preocupante", acrescentou.

O PSD tem uma bancada de 34 deputados federais e 11 senadores.

Também em nota na terça, o Cidadania --que tem sete deputados e três senadores com posição frequente contrária ao governo-- defendeu o impeachment de Bolsonaro e prestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, principal alvo dos ataques desferidos pelo presidente em seus discursos da véspera.

"A resposta tem de ser política. E ela começa pelo devido processo de impeachment", afirma a nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Roberto Freire.

Ainda na tarde de terça, o PSDB --cuja bancada tem 33 deputados e sete senadores-- anunciou que sua Executiva Nacional se reunirá nesta quarta para discutir a posição do partido sobre a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro.

O governador de São Paulo, João Doria, um dos pré-candidatos da sigla à Presidência, posicionou-se favoravelmente ao impeachment e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que também disputará as prévias tucanas para o Palácio do Planalto, disse que foi um erro colocar Bolsonaro no poder e é um erro mantê-lo lá.

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, também defendeu o impeachment de Bolsonaro após os discursos do 7 de Setembro. A sigla tem 14 deputados federais e nenhum senador.

Em que pese a manifestação de dirigentes partidários colocando o impeachment de Bolsonaro na pauta, esse posicionamento não implica necessariamente em alinhamento das bancadas na Câmara e no Senado, embora seja um indicativo importante.

"BASTA"

Em nota conjunta, DEM e PSL --partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018 e que ainda abriga apoiadores ferrenhos do presidente mesmo após sua saída da sigla, caso do deputado Eduardo Bolsonaro (SP)-- não citaram eventual apoio a um impeachment, mas defenderam dar um "basta nas tensões políticas, nos ódios, conflitos e desentendimentos que colocam em xeque a Democracia brasileira".

"O PSL e o Democratas entendem que a liberdade é o principal instrumento democrático e não pode ser usada para fins de discórdia, disseminação de ódio, nem ameaças aos pilares da própria Democracia. Por isso, repudiamos com veemência o discurso do senhor presidente da República ao insurgir-se contra as instituições de nosso país", afirma a nota.

© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília
07/09/2021 REUTERS/Adriano Machado

Maior partido do Senado, o MDB também divulgou nota em reação às ameaças de Bolsonaro e, embora não tenha mencionado o impeachment, afirmou no documento que o "texto constitucional tem seus remédios em defesa da democracia".

"É lamentável o presidente da República usar o Dia da Independência para afrontar os outros Poderes. Parece tentar se desviar dos problemas reais: inflação de alimentos, combustíveis, crise fiscal, hídrica, desemprego e baixo crescimento", afirma a nota.

Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que assim como seu partido tem sido um aliado de Bolsonaro, aceitar um pedido de abertura de processo de impeachment contra o presidente. Mais de 100 pedidos neste sentido já foram protocolados e aguardam uma análise de Lira.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.