Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga suspeita de apropriação indevida de joias dadas como presentes oficiais por países estrangeiros enquanto ele era presidente da República, disseram duas fontes com conhecimento da decisão.
Segundo a GloboNews, que foi a primeira a divulgar a notícia do indiciamento do ex-presidente, Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
Procurada, a Polícia Federal não respondeu de imediato a um pedido de informação sobre o caso. A defesa de Bolsonaro também não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.
A expectativa inicial era de que esse indiciamento ocorresse ainda em junho, mas atrasou após recentes diligências da polícia nos Estados Unidos, com o auxílio do FBI, terem localizado novos elementos para a investigação e até a negociação de uma joia até então desconhecida.
Em agosto do ano passado, a PF realizou uma operação para apurar um suposto esquema de desvio de presentes oficiais recebidos por Bolsonaro. Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mencionou em decisão que os objetos foram vendidos, com a ocultação de valores com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-mandatário.
Este é o segundo caso de vários a que Bolsonaro responde em que a PF formalizou haver indícios de que ele cometeu crimes. Antes, ele já havia sido indiciado no inquérito sobre a falsificação de cartões de vacinação dele e de pessoas próximas.