A prova do 1º dia do Enem 2023, aplicada no domingo (5.nov.2023), trouxe 90 questões de múltipla escolha, além da redação. Uma das perguntas a criticou a “lógica do agronegócio” no Cerrado e tratou de forma negativa à “propriedade privada”. Segundo a questão, “o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
No caderno de questões com a capa branca a pergunta sobre o agronegócio era a de número 89. Os itens são os mesmos para todos os candidatos, porém, a ordem é alterada conforme a cor da prova. Eis a transcrição da pergunta:
“No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Os elementos descritos no texto, a respeito territorialização da produção, demonstram que há um
- a) cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida.
- b) descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação.
- c) desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para com o trabalhador.
- d) desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador.
- e) assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção.
Segundo o gabarito extraoficial divulgado por veículos de mídia, como o G1, a resposta correta seria a alternativa “A”.
O Poder360 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Inep, órgão vinculado ao Ministério da Educação responsável pelo Enem, e solicitou um posicionamento do governo sobre a questão, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.