A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o CEO global da Shell (NYSE:SHEL), Wael Sawan, em Nova York (EUA), causou mal-estar no governo por ter sido entendida internamente como contrária à “agenda verde” que o petista pretendia levar ao país.
O encontro foi realizado na manhã desta 2ª feira (23.set.2024) na residência oficial da representação do Brasil junto à ONU (Organização das Nações Unidas) nos Estados Unidos. Não estava nos compromissos oficiais e não foi incluído mesmo depois de o Ministério da Fazenda ter confirmado a reunião.
Segundo o Poder360 apurou, integrantes do governo tentaram obter informações sobre a reunião, mas o assunto sobre que foi tratado está sendo mantido em reserva aos que participaram do encontro. Participaram:
- Cristiano Pinto da Costa – presidente da Shell Brasil;
- Fernando Haddad – ministro da Fazenda;
- Mauro Vieira – ministro de Relações Exteriores;
- Celso Amorim – assessor especial da Presidência da República;
- Sérgio Danese – representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas;
- Audo Faleiro – assessor adjunto da Presidência da República.
Lula está em Nova York para participar da 79ª Assembleia Geral da ONU, que será aberta na 3ª feira (24.set). Em seu discurso, o presidente deve reforçar a cobrança aos países mais ricos por financiamento para a preservação ambiental e transição energética. Dirá que a situação no Brasil é consequência da crise climática pela qual o planeta passa e que todos têm responsabilidade.
Haddad o acompanha e participa também da Semana do Clima, realizada na cidade norte-americana. A participação é vista como necessária pela equipe econômica para atrair recursos, principalmente depois que o pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) cortou os juros em 18 de setembro, abrindo possibilidades de investimento no Brasil.
Aos investidores, Haddad tem apresentado possibilidades de desenvolvimento do país na parte ecológica. A Semana do Clima reúne executivos estrangeiros que aportam recursos na economia verde. Haddad tem dito desde o início do governo Lula que o Brasil tem potencial para ser a principal nação porta-voz do desenvolvimento sustentável no mundo.
O ministro terá o desafio de mostrar aos CEOs e outros executivos que o Brasil, além de organizar a COP (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) de 2025, em Belém (PA), quer implementar o Plano de Transformação Ecológica para o mundo. Entre os temas estão o mercado de carbono, a taxonomia, o TFFF e outras medidas.