A Defesa Civil de Santa Catarina manteve o alerta de atenção meteorológica para temporais nesta 2ª feira (16.out.2023) e na 3ª feira (17.out). O Estado registrou 4 mortes por conta das chuvas fortes que atingem a região desde o início de outubro.
Para esta 2ª feira (16.out), mais temporais devem atingir o Grande Oeste de Santa Catarina. A previsão de chuvas fortes é para todo o Estado, com risco de queda de galhos e árvores, destelhamentos e danos na rede elétrica. A condição de chuvas intensas deverá se estender ao Planalto Norte, na 3ª feira (17.out), aumentando os perigos.
“Muita atenção para risco de temporais com quedas de granizo, vendavais, chuvas intensas e também para riscos de enxurradas, alagamentos, deslizamentos. O solo está muito encharcado, em virtude das chuvas dos últimos dias e também para riscos de inundações graduais”, afirmou o coordenador de monitoramento e alerta da Defesa Civil, Frederico Rudorff.
VÍTIMAS
No sábado (14.out), o corpo da 4ª vítima por conta das chuvas, Maicon Moraes Agostinho, de 29 anos, foi encontrado. Ele estava desaparecido no município de Campo Belo do Sul, desde o dia 7, depois de ter sido arrastado pela enxurrada, ao tentar atravessar uma ponte submersa, montado a cavalo.Além de Maicon, a Defesa Civil havia confirmado nos dias anteriores a morte de Paulo Torinelli, de 65 anos; Olívia Berto, de 75 anos; e Rodrigo Farias, de 42 anos. Uma 5ª morte está sendo analisada pela Defesa Civil, para confirmação se houve relação com as chuvas.
“Os incidentes que nós tivemos durante todos esses eventos em Santa Catarina poderiam ser evitados, bastava um pouco mais de cuidado. Não atravessem em pontes, não atravessem em áreas alagadas. Você não consegue ver onde está pisando, você não consegue identificar a vazão dos rios e das águas”, afirmou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, coronel Fabiano de Souza.
MUNICÍPIOS
Segundo com o último relatório divulgado pelo órgão, na manhã desta 2ª feira (16.out), são 144 os municípios que registraram alguma ocorrência causada pelos temporais, dos quais 126 já decretaram situação de emergência.Os municípios mais afetados receberam apoio da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal, além de terem as equipes municiais e estaduais de resgate, segurança pública e assistência social trabalhando em conjunto.
BARRAGEM
Na manhã de domingo (15.out), uma das comportas da Barragem Norte em José Boiteux, Vale do Itajaí, foi aberta, depois de o reservatório atingir o volume máximo e começar a verter acima da estrutura de contenção, representando risco de cheias para a região do Médio Vale (BVMF:VALE3), segundo informou a Defesa Civil.Indígenas dos povos Xokleng, Guarani e Kaingang, que vivem na região, temiam a inundação da terra indígena Ibirama-LaKlanõ.
As 7 comportas da barragem não eram operadas desde 2014, por isso, o sistema hidráulico de controle apresentou problemas quando uma 2ª comporta começou a ser aberta e a operação foi interrompida. Segundo a Defesa Civil, a abertura de uma única comporta já irá representar “até 2 metros a menos nas enchentes dos municípios às margens do rio Itajaí-Açu”.
Na operação para a abertura das comportas a Defesa Civil atuou junto com a PF (Polícia Federal) e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). O Ministério dos Povos Indígenas também anunciou a liberação de R$ 1,2 milhão para ajuda humanitária e emergencial aos povos atingidos pelas chuvas.
De acordo com uma nota divulgada no sábado (14.out), várias ações estão sendo implementadas para garantir a segurança dos povos que vivem na região.
Entre as medidas, foi solicitada à Defesa Civil um laudo imediato que “comprove a segurança do comportamento das águas após o fechamento das comportas da Barragem Norte, sobretudo após o transbordo das águas acima da estrutura de contenção”.
Com informações da Agência Brasil