O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu agilidade em investimentos na Petrobras (BVMF:PETR4) à Magda Chambriard, indicada para comandar a estatal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo apurou o Poder360, Silveira pediu empenho da próxima CEO da petroleira para cumprir o plano estratégico 2024-2028.
Magda Chambriard foi recebida na manhã desta 4ª feira (15.mai.2024) por Silveira no ministério. Numa reunião de aproximadamente 2 horas de duração, o ministro elencou projetos prioritários para o governo, como investimentos na área de fertilizantes, em refinarias e em gás natural.
A próxima presidente da Petrobras se reuniu com Lula na 3ª feira no Palácio do Planalto. O presidente fez o mesmo pedido a ela ao fazer o convite para assumir a vaga e afirmou que Silveira lhe deixaria a par dos projetos prioritários para o governo na estatal.
Silveira também pediu empenho para destravar o licenciamento ambiental para exploração na Margem Equatorial. O processo está parado no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Chambriard tem 66 anos. Trabalhou por 22 anos na Petrobras e foi presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de 2012 a 2016.
Lula e Silveira estavam insatisfeitos com a gestão de Jean Paul Prates, demitido na 3ª feira, justamente pela demora em tirar do papel investimentos. Dentre os projetos caros ao governo, estão a retomada de unidades de fertilizantes no Paraná e Mato Grosso do Sul, conclusão do gasoduto Rota 3 e obras nas refinarias Abreu e Lima e Gaslub (antigo Comperj).
A demissão de Prates
Chamado oficialmente pela Petrobras de “pedido de demissão negociado”, Prates foi demitido por Lula na noite de 3ª feira em reunião no Planalto. Foi o ponto final de uma longa fritura que o ex-senador vinha sofrendo no cargo. A permanência dele era vista como insustentável.
A decisão de demitir Prates já estava sacramentada por Lula há mais de 1 mês, segundo apurou o Poder360. Mas o petista esperou os holofotes da mídia saírem da Petrobras e os ânimos arrefecerem entre Prates e integrantes do governo para fazer o anúncio. Não queria que se tornasse uma crise interna.
Nos bastidores do governo, a leitura é que Prates cavou sua própria cova. Sua gestão já era vista com ressalvas por Lula por motivos como a demora em investimentos estratégicos para o governo. Tudo piorou depois de 2 episódios:
- dividendos – Prates foi contra a orientação inicial do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários de 2023. O então CEO se absteve, enquanto os demais conselheiros governistas cumpriram a ordem de Lula. Foi chamado de traidor por alas da Esplanada;
- ultimato – quando Prates fez chegar à mídia por intermédio dos seus interlocutores uma espécie de ultimato a Lula para que atuasse em seu favor na fritura interna que sofria no governo. O gesto foi lido como um amadorismo do ex-senador.
Esses episódios foram a gota d’água para Lula perder a confiança no presidente da Petrobras. O Planalto esperou para encontrar um novo nome de confiança, que tivesse aceitação de setores do governo e alguma experiência no mercado de óleo e gás. Achou Magda Chambriard. E assim a demissão de Jean Paul Prates foi selada, ao tempo de Lula.