O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 3ª feira (24.out.2023) que o “terrorismo” do Hamas não justifica que Israel “mate milhões” na guerra. Ele afirmou que tem conversado com líderes mundiais para corredor humanitário e disse que ONU está enfraquecida.
“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade”, declarou o petista em sua live semanal.
Essa foi a 1ª live do presidente Lula depois de ser submetido a duas cirurgias, nas pálpebras e no quadril, em 29 de setembro. Segundo ele, os procedimentos foram um sucesso e ele já está retomando a normalidade, mas a recuperação total ainda levará mais 5 ou 6 semanas.
Lula também criticou a ONU (Organização das Nações Unidas), dizendo que a entidade está enfraquecida. O presidente disse já ter conversado com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e com o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas. As conversas, entretanto, não constam em sua agenda oficial.
“É preciso que a gente consiga que lá no Oriente Médio, Israel fique com o território que é seu, que está demarcado pela ONU e os palestinos tenham direito de ter a sua terra. É simples assim e não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém. Todo dia a gente vê que colonos de Israel invadem a terra dos palestinos e a ONU não faz nada porque a ONU está enfraquecida.”
Lula disse que está mantendo contato com os outros líderes mundiais para conseguir um corredor humanitário, garantia de suprimentos para Gaza e proteção de crianças.
“Estou falando com todo mundo para que a gente consiga 3 coisas: garantir um corredor humanitário para que as pessoas possam receber água, possam receber comida e possam receber remédio. Garantir que não falte energia elétrica nos hospitais para que as pessoas possam ser tratadas e garantir que não se mate mais crianças”, disse.
Para o presidente brasileiro, ainda falta conversar com o presidente chinês, Xi Jinping, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e com representantes do Catar, que teria relações próximas com o Hamas e outros grupos palestinos.
“Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior, os EUA poderiam ter interferência maior. Mas, sabe, as pessoas não querem. As pessoas querem guerra. As pessoas querem incentivar o ódio”, afirmou.
O petista voltou a criticar a guerra e o que chama de “insanidade” dos seres humanos que matam jovens e crianças que não pediram pelo conflito.
“Essa minha indignação contra a pobreza, essa minha indignação contra a desigualdade. Ela ta virando [uma indignação] contra a burrice do ser humano, a ignorância. As pessoas não estão mais sendo humanas, as pessoas estão sendo irracionais”, declarou.