(Reuters) - A situação do sistema de abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e demais cidades no Estado é crítica e há risco real de desabastecimento, informou Copasa, responsável pelo saneamento em Minas Gerais, nesta quinta-feira.
A Copasa informou que "serão tomadas medidas emergenciais de restrição da oferta para que possamos atravessar o atual período", como racionamento, campanhas educativas para redução do consumo de água e eventuais multas.
A presidente da Copasa, Sinara Meirelles, anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira medidas como rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida, com o objetivo de minimizar os transtornos causado pela falta d'água.
A empresa pretende atuar na adoção de outras medidas previstas legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela agência reguladora, Arsae.
A empresa também vai implementar campanha educativa com objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30 por cento na região metropolitana de Belo Horizonte, intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos para atendimentos emergenciais, e atuar para combater os vazamentos.
Segundo a Copasa, o sistema Paraopeba, que abastece a grande Belo Horizonte e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, opera atualmente com 30,25 por cento de sua capacidade.
"Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73 por cento de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31 por cento e o sistema Rio Manso, 45,06 por cento", disse a empresa em comunicado nesta quinta-feira.
A empresa informou que a média de produção de água tratada no sistema Paraopeba entre dezembro de 2013 e novembro de 2014 foi de 17.821.857 metros cúbicos por mês.
O volume acumulado nos três reservatórios em 1º de janeiro de 2015 totalizou 92.324.818 metros cúbicos, e o volume extraído por mês seria de 25 milhões de metros cúbicos, considerando as descargas para vazão residual e a captação para produção.
"A previsão é de que este volume seja suficiente para pouco mais de três meses para abastecimento de água para a população atendida pelo sistema", disse a empresa.
Além disso, em 2014, a cada 10 litros de água potável entregues à população, quatro não foram consumidos ou usados de maneira regular – o que inclui desde vazamentos no percurso entre a distribuição e o consumidor até ligações clandestinas (gatos).
A empresa afirmou, ainda, que o governo anterior, de Antonio Anastasia (PSDB), tinha conhecimento da situação mas não tomou medidas necessárias para evitar o comprometimento do abastecimento.
(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro; Edição de Luciana Bruno)