Por Tim Hepher e Cyril Altmeyer
PARIS (Reuters) - A Airbus divulgou nesta quinta-feira um lucro maior que o esperado no segundo trimestre e reafirmou suas metas para o ano, com os gargalos na entrega das aeronaves começando a diminuir e queda nos custos do mais novo jato do grupo, o A350.
As ações chegaram a subir mais de 5 por cento, para um novo recorde de alta.
A Airbus está no meio de sua maior reforma industrial desde que foi fundada há quase 50 anos, substituindo ou atualizando suas duas linhas de produtos mais lucrativas e, ao mesmo tempo, acelerando a produção para atender à demanda recorde de viagens aéreas.
Embora a introdução do A350 tenha sido relativamente suave, mostrando "melhorias significativas" nos custos, à medida que a Airbus caminha para a meta de produção de 10 por mês até o final do ano, o A320neo menor continua causando dores de cabeça.
As entregas do jato de médio alcance, que gera mais lucro e dinheiro para o maior grupo aeroespacial da Europa, foram atrasadas por falhas no fornecimento de motores da Pratt & Whitney e, em menor medida, da CFM.
Mas a Airbus chegou a um ponto de virada em maio, quando a fila de aviões semiacabados obstruindo a pista fora das fábricas europeias começou a cair, tendo atingido o pico em 100.
Pela primeira vez, a Airbus informou que entregou mais jatos A320neo com novos motores no segundo trimestre do que a versão anterior do A320. Mas disse que os riscos permanecem para a previsão de entrega "desafiadora" de 800 no total este ano.
"Certamente vai ser um inferno, mas a meta de entrega de 800 aviões é viável", disse o presidente-executivo Tom Enders a repórteres.
"Nós temos os motores, temos as fuselagens, mas tirar tantas aeronaves do armazenamento ... não é uma tarefa fácil e requer recursos adicionais que estamos mobilizando."
A Airbus entregou 303 aeronaves no primeiro semestre.
A companhia sediada em Toulouse disse que o lucro operacional adjustado do segundo trimestre dobrou para 1,15 bilhão de euros (1,35 bilhão de dólar), com alta de 8 por cento na receita, para 14,85 bilhões de euros.
Os analistas previam, em média, um lucro operacional ajustado de 1,01 bilhão de euros, com receita de 14,55 bilhões de euros, de acordo com uma pesquisa da Reuters.