Por Ronald Grover
(Reuters) - O plano de Rupert Murdoch de comprar a Time Warner ajudaria o magnata da mídia, presidente do Conselho da Twenty-First Century Fox, a abrir grandes caminhos na China, um mercado de crescimento rápido no qual magnatas da mídia estão tendo dificuldades de penetrar.
O conselho da Time Warner rejeitou a oferta de 80 bilhões de dólares de Murdoch, mas o presidente do Conselho da Fox deve continuar a insistir no negócio.
Um acordo criaria uma gigante com mais de 37 bilhões de dólares ao ano em receitas nos Estados Unidos e no Canadá. Além disso, quase drobraria as receitas que a Fox gera nos mercados emergentes de mídia na América Latina e na Ásia-Pacífico.
"Ele vê 3 bilhões de novos consumidores entrando no mercado e uma classe média em ascensão na China e na Índia, e dispositivos móveis e uma forte demanda por conteúdo", disse Mario Gabelli, presidente-executivo da Gamco Investors, em uma entrevista à Reuters Insider. "Ele será capaz de criar vários 'Netflixes' próprios".
Gabelli detém ações da Fox e da Time Warner.
No ano passado, a Fox gerou 42 por cento de sua receita fora dos Estados Unidos e do Canadá. As receitas asiáticas da companhia, incluindo o Japão e a China, cresceram 40 por cento, para 2,1 bilhões de dólares, em dois anos.
O conjunto de canais a cabo da Time Warner complementaria a programação da Fox em territórios importantes.
Na América Latina, onde a Fox enfrenta grandes concorrentes locais, a unidade Turner da Time Warner opera a Chilevisión, uma grande emissora no Chile, e também exibe seu canais TNT, Cartoon Network e canais regionais adaptados aos gostos locais, como o canal infantil Tooncast.
Na China, com a Time Warner no grupo Murdoch seria capaz de se concentrar mais em lucrar com os filmes e programas de TV que o governo autorizar.
Atualmente, a China limita a 34 o número total de filmes que companhias estrangeiras podem importar.
"A China é um grande mercado e há anos todos nós desejamos estar lá", disse o ex-presidente da Viacom, Frank Biondi, um dos primeiro executivos norte-americanos de mídia a visitar o país. "Mas mesmo com todos os lados bons, ainda há o óbvio contratempo de que o governo controla tudo -- o que é colocado nos cinemas, o que é exibido na TV".