Investing.com – A Airbus (EPA:AIR) corre o risco de não atingir sua meta anual de 770 entregas de aeronaves, de acordo com analistas da Bernstein em nota de quarta-feira.
A fabricante entregou 50 aeronaves em setembro, somando um total de 497 entregas no ano. Para cumprir sua meta, a Airbus precisaria entregar mais de 270 aeronaves no quarto trimestre, superando seu desempenho anterior.
“Agora vemos riscos em alcançar a meta anual de 770 entregas (já reduzida de 800 em junho), e baixamos nossa previsão para 750,” afirmaram os analistas da Bernstein.
Esses desafios não são novos para a Airbus. Nos últimos meses, a empresa enfrentou escassez de componentes essenciais, especialmente motores e itens de interiores, que são cruciais para a montagem final das aeronaves.
O fornecimento dos motores LEAP e GTF continua problemático, com os fabricantes lutando para atender à demanda.
Em setembro, a GE Aerospace alertou que suas entregas de motores LEAP estavam melhorando em um ritmo mais lento do que o esperado, agravando os desafios da Airbus.
Da mesma forma, o fornecimento de motores GTF foi afetado pela necessidade de fornecer motores de reposição para aeronaves paralisadas, o que atrasou ainda mais os cronogramas de produção da Airbus.
Os problemas na cadeia de suprimentos da Airbus vão além dos motores. Atrasos na entrega de assentos e outros componentes de interiores também têm prejudicado a capacidade da empresa de cumprir suas metas de produção.
A Spirit AeroSystems (NYSE:SPR), uma das principais fornecedoras da Airbus, enfrentou grandes dificuldades na entrega de componentes essenciais como trens de pouso e unidades de potência auxiliares.
Embora alguns progressos tenham sido feitos, esses desafios continuam a desacelerar a linha de produção, lançando dúvidas sobre a capacidade da empresa de realizar o aumento necessário no quarto trimestre.
Apesar dessas dificuldades, a Airbus ainda não revisou oficialmente sua projeção anual e deve reafirmar sua meta na divulgação dos resultados do terceiro trimestre.
Historicamente, a Airbus tem conseguido realizar grandes volumes de entregas em dezembro, às vezes superando 90 aeronaves no último mês do ano.
No entanto, se a situação não melhorar até o início de dezembro, a Airbus pode ser forçada a ajustar sua previsão de entregas, como ocorreu em 2022.
A Bernstein também alertou sobre riscos para 2025 e além, observando que os problemas na cadeia de suprimentos podem persistir.
Os analistas reduziram suas expectativas de entregas para 2025 de 870 para 820 unidades e para 2026 de 1.000 para 910 unidades, sugerindo que o aumento de produção da Airbus pode ser mais lento do que o esperado anteriormente.