ATENAS (Reuters) - O governo da Grécia afirmou nesta quarta-feira que começou a elaborar um acordo preliminar com credores que pavimentaria o caminho para uma ajuda financeira, mas autoridades europeias rapidamente descartaram a informação, classificando-a como excessivamente otimista.
A Grécia e seus credores europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão engajados há quatro meses em tortuosas negociações para um acordo sobre reformas econômicas, mas sem uma solução à vista. Sem um acordo, Atenas corre o risco de entrar em default em semanas.
Uma nova rodada de negociações começou nesta quarta-feira em Bruxelas e uma autoridade do governo grego disse que as equipes técnicas dos dois lados começariam esboçar um acordo, nas linhas das demandas de longa data de Atenas: sem cortes de salários ou pensões e uma meta de superávit primário menor.
Mas o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que os dois lados ainda têm caminho pela frente antes de conseguirem elaborar um acordo.
"Estamos trabalhando intensamente para garantir um acordo", afirmou. "Ainda não chegamos lá".
Outras autoridades da zona do euro, falando à Reuters sob condição de anonimato, foram mais diretas. Uma chamou as declarações gregas de "disparates". Outra disse: "gostaria que fosse verdade".
O vice-ministro das Relações Exteriores da Grécia, Euclid Tsakalotos, que também é um negociador importante nas discussões com os credores de Atenas, disse ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung que ambos os lados não só discutiam os termos para completar o atual programa de auxílio, mas que as conversas já incluem as condições para mais ajuda financeira.