Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - O grupo mundial de vacinas Gavi tem até 500 milhões de dólares para gastar na distribuição de vacinas para os países afetados por um surto crescente de mpox na África, disse à Reuters a diretora executiva da entidade, Sania Nishtar.
A aliança Gavi ajuda países com menos recursos a comprar e distribuir vacinas, geralmente contra doenças infantis como o sarampo, mas expandiu seus esforços durante a pandemia de Covid-19.
O dinheiro está disponível no fundo de "primeira resposta" da organização, que foi criado após agências globais de saúde como a Gavi serem deixadas para trás por países de alta renda na aquisição de vacinas durante a pandemia de Covid.
O recurso pode ser usado para responder a emergências de saúde, que foram declaradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC) nesta semana.
Os fundos são em grande parte remanescentes de doações feitas por governos e financiadores globais em resposta à Covid.
"O dinheiro para as vacinas está pronto para ser utilizado", disse Nishtar, mas há obstáculos a serem superados, como pedidos oficiais de vacinas pelos países afetados e aprovações das vacinas pela OMS, que declarou a mpox uma emergência de saúde global na quarta-feira.
A Gavi e o Unicef, que trabalham juntos para adquirir vacinas, não podem comprar sem a aprovação da OMS. Na quarta-feira, a agência global de saúde disse que esperava finalizar sua avaliação das vacinas até setembro.
Nishtar disse que a Gavi também está em negociações iniciais com as fabricantes das duas vacinas contra a mpox amplamente utilizadas, Bavarian Nordic e KM Biologics. Os pedidos oficiais só podem avançar após aprovação, disse ela.
A Bavarian Nordic disse que pode produzir 10 milhões de doses até o final de 2025.
"Já temos uma capacidade significativa instalada e podemos lidar facilmente com a entrega de todas as doses necessárias para o surto", disse um porta-voz da Bavarian Nordic por email.
"Mas precisamos de alguém para comprar as doses. Nenhuma das organizações demonstrou interesse até o momento", acrescentou, sem fornecer detalhes.
A KM Biologics disse em um email que vai cooperar com a OMS o máximo possível.
(Reportagem de Jennifer Rigby, em Londres, e Ange Adihe Kasongo, em Kinshasa)