Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A América Latina Logística (ALL) disse que todos os seus credores, exceto o BNDES, aceitaram após negociações com a companhia um nível de alavancagem de até 5,5 vezes, medido no resultado consolidado com a Rumo Logística.
O número considera a alavancagem medida por dívidas bancárias líquidas sobre o Ebitda sem considerar leasing e outros passivos, disse o diretor financeiro da ALL, José Cezario, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira.
A fusão das empresas começou a valer efetivamente nesta quarta-feira, com as ações da ALL deixando de serem negociadas na bolsa e o início da negociação dos papéis da Rumo.
As ações da Rumo exibiam queda de 0,7 por cento às 16h08, enquanto o Ibovespa tinha alta de 2 por cento.
Com o BNDES, a ALL deve iniciar o processo de discussão sobre a alavancagem e espera ter um novo nível acordado nos próximos meses, disse Cezario.
A ALL prometeu divulgar no próximo dia 23 um plano de investimentos para dar maior visibilidade sobre a companhia e ilustrar a capacidade de desalavancagem. A empresa disse não ter ainda uma meta de elevação do Ebitda.
"Devemos começar a reduzir (a alavancagem) a partir de 2017, quando os investimentos mais relevantes do plano começam a gerar benefícios mais expressivos", acrescentou.
Em função do aumento do nível de endividamento, causado por ajustes contábeis promovidos nas demonstrações financeiras, a ALL divulgou na noite de terça-feira que ultrapassou indicadores previstos em determinados contratos de financiamento. A companhia obteve o consentimento de credores para as alterações, bem como para a quebra do covenant e para "cross default" (waiver) nas oitava e a nona emissões de debêntures.
Cezario disse não enxergar nenhuma necessidade de novo pedido de waiver, e afirmou que a ALL realizará o plano de investimentos conforme tenha financiamento para tanto, considerando o uso de recursos do BNDES em parte dele.
Com a fusão com a Rumo começando agora na prática, o resultado do primeiro trimestre da ALL ainda será divulgado separadamente.
"Muito provavelmente vamos tentar dar algumas informações (do primeiro trimestre) para inferir qual teria sido o resultado combinado. Não haverá balanço consolidado ou pró-forma nesse momento", disse Cezario.