Por Michael Holden e Sam Tobin
LONDRES (Reuters) - A Alta Corte de Londres decidirá na terça-feira se o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, poderá recorrer contra a extradição do Reino Unido para os Estados Unidos, no que pode ser sua última contestação legal nos tribunais britânicos.
Procuradores norte-americanos querem julgar Assange, de 52 anos, por acusações criminais relacionadas à divulgação de grandes quantidades de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais dos EUA pelo WikiLeaks.
Eles argumentam que os vazamentos colocaram em risco as vidas de seus agentes e que não houve desculpas para o crime. Os apoiadores de Assange o consideram um herói do jornalismo que está sendo processado por ter exposto irregularidades dos EUA.
O Reino Unido aprovou a extradição em 2022. Desde então, ele está tentando reverter essa decisão.
Sua primeira tentativa de recorrer contra a transferência foi recusada. Seus advogados tentaram reverter aquela decisão em uma audiência de dois dias no mês passado.
Dois juízes seniores apresentarão sua decisão às 10h30 de terça-feira, horário local (13h30 em Brasília).
Se Assange vencer, uma audiência completa de apelação será realizada para considerar novamente a sua contestação. Se perder, sua última opção seria um recurso na Corte Europeia de Direitos Humanos.
“É agora. DECISÃO AMANHÔ, escreveu sua esposa Stella Assange no X.
As batalhas legais de Julian Assange começaram em 2010. Posteriormente, ele passou sete anos na embaixada do Equador em Londres antes de ser arrastado para fora e preso em 2019 por violar condições de fiança. Ele tem sido mantido em uma prisão de segurança máxima no sudeste de Londres desde então e até se casou na instalação.
Durante as audiências de fevereiro, a equipe de Assange argumentou que o processo é motivado por política e disse que ele está sendo visado por ter exposto “crimes de nível estatal”.
Eles afirmaram que o ex-presidente dos EUA Donald Trump havia solicitado “opções detalhadas” sobre como matá-lo.
Promotores dos EUA dizem que ele não está sendo processado pela publicação de materiais vazados, mas por ter auxiliado e conspirado com a ex-analista de inteligência militar norte-americana Chelsea Manning para obtê-los de maneira ilegal, divulgando nomes de fontes e “colocando esses indivíduos sob grave risco de danos”.
(Reportagem de Michael Holden e Sam Tobin)