PARIS/NOVA YORK (Reuters) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deve anunciar nesta segunda-feira um acordo com o BNP Paribas envolvendo uma multa recorde de quase 9 bilhões de dólares em função de supostas violações a sanções norte-americanas pelo maior banco da França, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
As penalidades, que as fontes disseram que também podem incluir uma proibição temporária sobre alguns negócios de compensação em dólares, poderão impactar o pagamento de dividendos do BNP, seu índice de capital e metas de banco de investimento, dizem analistas.
O BNP deve se declarar culpado em uma acusação criminal no Tribunal Federal de Manhattan nesta segunda-feira, e o Departamento de Justiça dos EUA está planejando uma coletiva de imprensa em Washington para anunciar um acordo no mesmo dia, afirmaram as fontes.
No entanto, o banco deverá manter sua licença bancária do regulador bancário do Estado de Nova York, depois de negociações que, de acordo com fontes próximas ao assunto, chegaram em determinado ponto a levantar a perspectiva de uma multa ainda maior, de até 16 bilhões de dólares.
"Eu quero dizer isso claramente aqui: vamos receber uma pena pesada", afirmou o presidente-executivo do BNP, Jean-Laurent Bonnafé, em uma mensagem interna enviada em 27 de junho e vista pela Reuters.
"No entanto, as dificuldades que estamos experimentando atualmente não devem afetar os nossos planos para o futuro."
O banco não comentou publicamente o caso desde que alertou acionistas, em 14 de maio, que a multa poderia ser mais dura do que o montante de 1,1 bilhão de dólares que a instituição provisionou originalmente.
Uma porta-voz do BNP não quis comentar.
Autoridades norte-americanas estão analisando se o BNP violou sanções dos EUA relacionadas principalmente ao Sudão entre 2002 e 2009, disseram as fontes.
(Por Maya Nikolaeva e Richard Leong)