Investing.com - Em fato relevante divulgado no início da tarde desta quinta-feira, 19, a varejista Americanas (BVMF:AMER3) anunciou que realizou pedido de recuperação judicial, após encontrar inconsistências contábeis bilionárias.
Segundo o pedido à 4ª Vara empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, a empresa buscou o ajuizamento da tutela cautelar de caráter antecedente, “a fim de evitar danos irreversíveis ao seu caixa, que é essencial, passe o truísmo, para o funcionamento de uma grande empresa do setor varejista. A atitude mostrou-se acertada, pois alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional”.
No pedido, a companhia lamentou que “alguns credores, sem qualquer embasamento contratual ou legal, já haviam declarado o vencimento antecipado das obrigações da companhia, alguns assenhorando-se de valores bilionários, fechando as portas para qualquer tipo de negociação amigável”, aponta, uma referência ao impasse com o banco BTG (BVMF:BPAC11).
Segundo a varejista, a situação se tornou ainda mais difícil após os rebaixamentos de rating por agências de classificação de risco.
A companhia argumentou que o “potencial descumprimento de obrigações contratuais acessórias, previstas em vários dos contratos celebrados com seus credores, inclusive estrangeiros, tornou-se iminente o risco de declaração de vencimento antecipado e imediato da totalidade de suas bilionárias obrigações, seguido da corrida pelos ativos”.
A respeito dos motivos que levaram a essa crise, a Americanas disse que ainda é cedo para precisar o que aconteceu e quem são os responsáveis. A varejista lembra que o Conselho de Administração da Americanas criou um comitê independente que deve investigar e apresentar suas conclusões aos acionistas, ao mercado e à sociedade.