(Reuters) - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em reunião nesta terça-feira reajuste tarifário anual da distribuidora de eletricidade Energisa (SA:ENGI4) Sul Sudeste, da Energisa, que levará a um aumento médio de 4,87% na conta de luz dos consumidores da empresa.
O cálculo das novas tarifas, que entram em vigor em 12 de julho, já leva em consideração uma operação estruturada pelo governo para apoiar o caixa de distribuidoras de energia com empréstimos devido aos impactos do coronavírus sobre o mercado, a chamada "Conta-Covid".
O governo e a Aneel defendem que esses financiamentos, que somarão até 14,8 bilhões de reais, também ajudam a aliviar aumentos tarifários previstos para este ano, reduzindo impactos sobre os consumidores em momento em que muitos brasileiros têm sofrido perda de renda devido à pandemia.
A Aneel disse que o aumento nas tarifas da Energisa foi influenciado por custos de aquisição de energia e transmissão, mas ressaltou que o reajuste poderia ter sido maior sem os empréstimos às distribuidoras, que terão os custos repassados às tarifas num período de cinco anos.
"Cabe destacar ainda o efeito da Conta-Covid no amortecimento do reajuste. Sem a conta, o aumento seria de 10,47%, em média", disse a agência em nota.
A Energisa Sul Sudeste atende 797 mil unidades consumidoras em 85 cidades de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Os empréstimos às distribuidoras de energia serão tomados por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), um órgão setorial, de forma a não impactar o balanço das empresas.
Em nota nesta terça-feira, a CCEE disse que aguarda a assinatura dos contratos para a operação e acrescentou ter expectativa de "iniciar repasses às distribuidoras até o final de julho".
O governo e a Aneel haviam autorizado as elétricas a captarem até cerca de 16 bilhões de reais junto à Conta-Covid. Ao final, as empresas que decidiram participar da transação tomarão um total de 14,8 bilhões de reais.
(Por Luciano Costa, em São Paulo)