SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende costurar uma solução final para apoiar hidrelétricas que enfrentaram perdas devido à seca ainda antes do leilão no qual o governo federal oferecerá ao mercado a concessão de 29 usinas hídricas existentes, em 25 de novembro, afirmou nesta quarta-feira o diretor Tiago de Barros.
Ele explicou que as elétricas interessadas no certame provavelmente querem entender quanto terão em compensação para fechar contas e financiamentos antes de fazer ofertas pelas usinas.
O governo pretende arrecadar até 17 bilhões de reais com a cobrança de bônus de outorga junto aos vendedores da licitação.
"A empresa quer saber qual o resultado dela de 2015 para saber se ela vai atender condições econômicas para conseguir juros baixos (em financiamentos para o leilão)", disse Barros. "O impacto (do acordo sobre o déficit) não é no leilão, é no negócio (das elétricas) como um todo".
Barros trabalha para apresentar uma proposta final às geradoras na reunião de diretoria da Aneel da terça-feira, e disse estar otimista de que as empresas aceitarão o acordo rapidamente.
Ele disse que a agência não abrirá uma nova rodada de audiência pública, e que o que será apresentado é a tentativa final de um acordo, uma vez que as próprias geradoras teriam interesse em resolver logo a questão para fechar os balanços.
"Vamos resolver antes para garantir para as empresas que elas não terão problema de caixa, que o negócio está blindado", disse Barros.
O diretor da Aneel também comentou que considera o leilão de hidrelétricas um bom negócio para os investidores do setor elétrico.
(Por Luciano Costa)