Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A 6ª Rodada de Licitações de Partilha da Produção, nesta quinta-feira, representa o início do fim do ciclo dos grandes leilões exploratórios de pré-sal, com a indústria passando a focar mais no desenvolvimento da produção, afirmou nesta quinta-feira o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.
"Vamos ver gradativamente a indústria migrando para blocos não operados pela Petrobras (SA:PETR4), a produção do pré-sal crescendo muito, a participação relativa da Petrobras na produção caindo. Exatamente o que a gente buscava, diversificação, outros atores", disse ele a jornalistas, antes do início da rodada.
"Agora, essa fase de contratação de grandes blocos de exploração, por bônus bilionários, está chegando no fim, porque estamos mudando de fase. Isso é absolutamente programado, esperado, natural e positivo."
A partir de agora, o chefe da autarquia destacou que são esperados investimentos na exploração, desenvolvimento e produção dos blocos licitados nos últimos anos, no pré-sal.
"A gente ainda não tem nenhuma atividade forte dos leilões feitos a partir de 2017. A partir deste ano, houve uma gigantesca construção de portfólio pelas companhias que vieram investir no Brasil", disse Oddone.
Segundo autoridades, a maior expectativa no leilão desta quinta-feira é pela área petrolífera de Aram, na Bacia de Santos, com bônus de assinatura de 5,05 bilhões de reais.
O Brasil leiloará cinco blocos nesta quinta-feira, incluindo também Bumerangue, Cruzeiro do Sul e Sudoeste de Sagitário, na Bacia de Santos, e Norte de Brava, na Bacia de Campos, por bônus de assinatura fixos que totalizam 7,85 bilhões de reais.
Com o avanço de empresas estrangeiras no pré-sal, a indústria global vai ganhar espaço nesta área, acrescentou o diretor-geral da ANP.