RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Refinaria do Nordeste (Rnest), da Petrobras, ainda não tem autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para produzir diesel, principal produto da unidade, informou a autarquia nesta segunda-feira.
A previsão da Petrobras era colocar a refinaria em operação neste mês, o que tecnicamente já aconteceu, uma vez que já pode começar a operar a destilação e o hidrotratamento de nafta, matéria-prima básica da indústria petroquímica.
Entretanto, o mais importante para a petroleira é o início da produção de diesel, para que possa reduzir suas importações do insumo para atender a demanda interna.
Além do combustível, a refinaria adicionalmente vai produzir nafta, coque de petróleo, gás liquefeito de petróleo (GLP), dentre outros derivados.
Para iniciar a produção de diesel, a Petrobras ainda depende da autorização da ANP para outras unidades da refinaria.
Nesta segunda-feira a autarquia publicou no Diário Oficial da União (DOU) autorizações para algumas unidades da Rnest.
"As unidades não contempladas na autorização ainda apresentam pendências que deverão ser atendidas pela Petrobras", afirmou a autarquia em nota.
No início do mês, a refinaria obteve licença ambiental para entrar em operação parcialmente, emitida pela agência estadual de meio ambiente de Pernambuco.
A licença da agência estadual era necessária para que a ANP emitisse suas próprias autorizações.
Provavelmente a refinaria não venderá combustíveis antes do início do próximo ano, segundo afirmou fonte do mercado à Reuters, já que até o início do mês as distribuidoras de combustíveis ainda não haviam sido notificadas oficialmente sobre a produção de volumes pela Rnest.
As distribuidoras têm até o terceiro dia útil de cada mês para fazer pedidos de combustíveis para o mês seguinte, disse a fonte.
Envolvida em suspeitas de superfaturamento, a Rnest será construída com investimentos totais de 18,5 bilhões de dólares, afirmou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em conferência com analistas e jornalistas nesta segunda-feira.
O diretor de Abastecimento da companhia, José Carlos Cosenza, disse acreditar que a petroleira deverá ter melhoria significativa na produção de diesel no quarto trimestre devido à entrada em operação da Rnest.
(Por Marta Nogueira)