RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras informou nesta segunda-feira o início da produção da plataforma P-61, no campo de Papa Terra, localizado no extremo sul da Bacia de Campos, um projeto complexo que entra em operação após uma série de atrasos.
O primeiro óleo da P-61 era previsto inicialmente para 2013. Depois, foi adiado para o segundo trimestre do ano passado, um prazo que também não foi cumprido.
A petroleira explicou à Reuters em dezembro que, no segundo semestre de 2014, enfrentou "ondas e vento acima do limite aceitável", que atrasaram a entrada em operação da unidade.
A unidade vai operar a 110 quilômetros da costa brasileira em conjunto com a plataforma FPSO (flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) P-63, que já está em produção desde novembro de 2013.
A produção da P-61 é transferida através de linhas flexíveis para o FPSO P-63, que tem capacidade para processar 140 mil barris por dia e 1 milhão de metros cúbicos de gás, além de capacidade para injetar 340 mil barris de água.
A P-63 tem cinco poços produtores e seis poços injetores já interligados e prevê a conexão de outros cinco poços injetores. Já na P-61 serão interligados 13 poços produtores, além do primeiro poço já interligado e em produção.
"O óleo é escoado do campo por meio de navios aliviadores e o gás, excedente ao consumo nas plataformas, é injetado em reservatório adjacente ao campo", disse a Petrobras.
A plataforma P-61, do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP), está conectada a uma plataforma de apoio do tipo Tender Assisted Drilling (TAD) e equipada com uma sonda de perfuração e completação de poços.
"Essa é a primeira vez que uma plataforma desse tipo opera no Brasil", disse a Petrobras, explicando que a P-61 está instalada em lâmina d´água de 1.200 metros.
A petroleira afirmou que a presença de reservatórios com óleo que tem entre 14 e 17 graus API, combinada à profunda lâmina d´água, faz do desenvolvimento do campo de Papa-Terra um dos projetos "mais complexos da Petrobras". Quanto maior o grau na escala API, mais leve e valioso é o petróleo.
A Petrobras é operadora de Papa-Terra, com participação de 62,5 por cento, em parceria com a norte-americana Chevron, que detém os outros 37,5 por cento.
(Por Marta Nogueira)