Após o presidente demissionário da Petrobras (SA:PETR4), José Mauro Coelho, pedir para deixar o cargo na manhã desta segunda-feira, 20, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que "não há o que comemorar" nos fatos recentes envolvendo a estatal. Nesta tarde, o deputado vai se reunir com líderes partidários para discutir a política de preços da empresa.
"Não há o que comemorar nos fatos recentes envolvendo a Petrobras. Não há vencedores, nem vencidos. Há só o drama do povo, dos vulneráveis e a urgência para a questão dos combustíveis", escreveu Lira, na rede social. "A hora é de humildade por parte de todos, hora de todos pensarem em todos e de todos pensarem em cada um. A intransigência não é o melhor caminho. Mas não a admitiremos. A ganância não está acima do povo brasileiro", emendou.
O presidente da Câmara e o governo vinham pressionando pela renúncia de Coelho, que já havia sido demitido publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, o caminho fica livre para que o novo indicado pelo governo ao comando da estatal, Caio Paes de Andrade, tenha sua posse acelerada.
Na semana passada, após o anúncio de um novo aumento nos preços dos combustíveis, Bolsonaro, Lira e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, fizeram críticas à estatal, numa ação coordenada que também contou com a participação do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu explicações sobre os critérios da política de preços da empresa.
Com a demissão de Coelho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sugerida por Bolsonaro para investigar o executivo e os diretores da Petrobras perdeu força. Mas os deputados ainda devem debater um projeto de lei que cria um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis com recursos que viriam de um imposto sobre a exportação de petróleo.