Por Jorgelina do Rosario
LONDRES (Reuters) - A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão próximos de um acordo sobre uma revisão atrasada de seu programa de 44 bilhões de dólares, disseram três fontes à Reuters, um passo fundamental que colocaria o país no caminho certo para desbloquear a próxima parcela do financiamento.
Autoridades do governo argentino e representantes da equipe do FMI estão em negociações sobre a sétima revisão do empréstimo de 2022, que estava originalmente programada para ser concluída em novembro, mas foi adiada em meio a uma mudança de governo, já que o presidente Javier Milei assumiu o cargo em 10 de dezembro, disseram as fontes familiarizadas com o assunto.
"Um acordo está próximo, o país está trabalhando para obter uma aprovação este mês", disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas.
Um porta-voz do gabinete de Milei não quis comentar. Um porta-voz do FMI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Uma equipe do FMI chegará a Buenos Aires em 4 de janeiro, informou o porta-voz do presidente nesta terça-feira, sem acrescentar mais detalhes.
Se aprovada tanto pela equipe do FMI quanto pela diretoria executiva do Fundo, a revisão também liberará desembolsos de cerca de 3,3 bilhões de dólares.
O governo de Milei já iniciou um pedido formal de isenção do programa depois que o governo anterior não conseguiu cumprir as metas acordadas em agosto.
"A chave é que as ações prévias recentes do país poderiam permitir uma isenção do programa", disse uma segunda fonte. O FMI geralmente aprova a dispensa dos critérios de desempenho quantitativo não cumpridos se acreditar que um programa "ainda será bem-sucedido", de acordo com as diretrizes do Fundo.
A Argentina tem de pagar 2,8 bilhões de dólares sobre os vencimentos do FMI em janeiro e fevereiro. O último pagamento do empréstimo ao Fundo foi garantido por meio de uma ponte de financiamento de curto prazo de 960 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, já que as reservas líquidas do país estão no território negativo.