Por Alan Baldwin
MANAMA (Reuters) - O piloto alemão Nico Rosberg pode ter dado ao companheiro de equipe na Mercedes, Lewis Hamilton, uma vantagem psicológica ao expor suas emoções no Grande Prêmio da China no fim de semana passado, mas ele afirma não se arrepender.
"Talvez, porque estou aqui e tenho que responder a todas essas perguntas", disse o alemão sorrindo depois de uma longa pausa ao responder a uma pergunta sobre se sua reação não foi um "tiro no pé".
"Mas, além disso, não", acrescentou ele nesta quinta no Barein, onde será disputada a próxima etapa da temporada de Fórmula 1.
"Eu faria de novo, porque senti que precisava colocar os fatos... havia a necessidade de se discutir as coisas após aquela corrida. Todo mundo disse isso. É isso, não faria nada diferente."
Rosberg acusou Hamilton, que ganhou a corrida de ponta a ponta, de atrapalhar sua prova ao não acelerar o bastante na liderança e potencialmente colocar em risco o segundo lugar que o alemão tinha ao permitir a aproximação das Ferraris, que vinham logo atrás.
Ele também sugeriu que Hamilton, que marcou a volta mais rápida da prova e abriu 17 pontos de vantagem sobre o companheiro de equipe na liderança do campeonato após três provas, agiu de forma egoísta, colocando seus interesses pessoais à frente da vontade da equipe de conseguir uma dobradinha.
O britânico, que derrotou Rosberg em nove das últimas 10 corridas e venceu oito delas, respondeu ao afirmar que Rosberg não tentou o bastante para vencê-lo.
Os dois pilotos da Mercedes travaram um duro duelo no Barein na temporada passada, que acabou sendo vencido por Hamilton, depois que Rosberg largou na pole.
Os dois disseram nesta quinta que a disputa em Xangai já foi superada e que eles conversarão no circuito de Sakhir.
"É uma coisa do passado e estou aqui no Barein agora, e estou aqui para atacar em uma corrida de carros de novo. Essa é a melhor resposta que posso dar, na corrida, na pista. Estou ansioso para isso e pela oportunidade", disse Rosberg.
Ele reconheceu, no entanto, que a equipe pode ter de atuar em favor de seus próprios interesses emitindo ordens aos pilotos caso a situação volte a se repetir.
"É sempre a mesma coisa e não vai mudar... é um acordo que temos que quando uma dobradinha da equipe está sob ameaça de outro time, então alguma ordem será dada para garantir (a dobradinha)", disse o alemão.
"Se torna um esforço de equipe, porque queremos fazer a dobradinha e marcarmos o maior número de pontos possível. Então quanto mais incômoda uma Ferrari, como a de Sebastian (Vettel) na China, se torna, mais provavelmente medidas como essa serão usadas."