LUXEMBURGO (Reuters) - Chanceleres da União Europeia prometeram nesta segunda-feira tomar mais medidas para impedir as mortes de imigrantes no Mediterrâneo, aumentando as operações de resgate e prendendo traficantes de pessoas, após uma tragédia no fim de semana em que até 700 pessoas morreram ao largo da costa da Líbia.
Muitos governos europeus têm sido relutantes em financiar as operações de resgate no Mediterrâneo, por medo de incentivar mais pessoas a fazer a travessia em busca de uma vida melhor na Europa, mas agora enfrentam indignação com as mortes de refugiados.
"O que está em jogo é a reputação da União Europeia", disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Paolo Gentiloni, a jornalistas, ao chegar para uma reunião com os homólogos da UE em Luxemburgo.
"Não podemos ter uma emergência europeia e uma resposta italiana", acrescentou.
Os ministros das Relações Exteriores realizaram um minuto de silêncio no início da reunião e terão a companhia de ministros do Interior para uma discussão de emergência sobre crise de migração.
Até agora, os países do norte da União Europeia têm deixado a maior parte das operações de resgate para os Estados do sul, como a Itália. Na semana antes da tragédia do fim de semana, a guarda costeira italiana resgatou quase 8 mil imigrantes no Mediterrâneo, de acordo com a Comissão Europeia, o órgão executivo da UE.
Pelo menos 3.500 pessoas, muitas delas em fuga da pobreza e de conflitos na África, morreram tentando atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa em 2014, de acordo com a ONU.
A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, também italiana, disse que está determinada a construir um "senso comum de responsabilidade" para enfrentar a crise, e que os dirigentes da UE estão considerando uma cúpula de emergência em Bruxelas esta semana.
"É dever moral (da UE) se concentrar em nossa responsabilidade enquanto europeus para evitar que este tipo de tragédia se repita", disse Mogherini.
(Por Robin Emmott e Adrian Croft)