LONDRES (Reuters) - Companhias aéreas europeias estão explorando o colapso dos preços do petróleo ao promoverem operações de hedge de suas necessidades de combustível mais longe no futuro, afirmam fontes da indústria.
Em um momento de alta volatilidade de preços, as companhias aéreas também estão considerando usar mais contratos de opções para acessarem preços mais baixos se eles continuarem caindo.
Muitas companhias aéreas, no entanto, não têm a capacidade de se aproveitar da situação já que antes da queda dos preços do petróleo travaram contratos a custos muitos maiores, com alguns se aproximando dos 1.000 dólares por tonelada de combustível de aviação, quase o dobro dos níveis atuais no mercado à vista.
Os preços globais do petróleo acumulam queda de cerca de 60 por cento nos últimos 15 meese e na Europa os preços caíram 50 por cento.
Com o combustível representando 46 por cento dos custos operacionais da Ryanair, 33 por cento para a British Airways e 21,5 por cento para a Lufthansa, as flutuações de preços podem impactar seriamente as companhias.
Para reduzir o risco de flutuação sobre os custos operacionais projetados, muitas companhias aéreas usam hedge de combustível para cobrir antecipadamente uma parte de suas necessidades previstas para seis a 24 meses. Isso é feito por meio de compra antecipada de combustível ou de contratos de petróleo oferecidos por bancos ou no mercado futuro.
Enquanto companhias como a norueguesa Norwegian Air Shuttle devem se beneficiar do momento ao ter apenas 23 por cento de suas necessidades de combustível deste ano protegidas por hedge, outras como a alemã Air Berlin, que tem 93 por cento do consumo deste ano sob hedge, estão contidas por contratos anteriores.
"Nossos hedges são de um tempo em que o combustível estava a 900 dólares a tonelada. Agora está em 500 a 600 dólares, então temos um impacto negativo", disse o vice-presidente financeiro da Air Berlin, Arnd Schwierholz, em agosto.
(Por Lisa Barrington)