WASHINGTON (Reuters) - A pré-candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton disse nesta quarta-feira que não apoia a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), rejeitando um ponto central na estratégia do presidente dos EUA, Barack Obama, em relação à Ásia.
Clinton disse, durante uma viagem de campanha ao Estado norte-americano do Iowa, que está preocupada com o fato da manipulação cambial não ter sido abordada no acordo. Ela afirmou também que as "companhias farmacêuticas podem ter conseguido mais benefícios e os pacientes menos".
"No dia de hoje, não sou a favor do que eu fiquei sabendo sobre o tratado", disse Hillary em uma entrevista ao "Newshour", um programa da TV pública, filmada durante uma parada na faculdade Cornell, em Mount Vernon. "Não acredito que vá atingir o patamar alto que eu mesma estabeleci."
O TPP, cujo entendimento foi alcançado na segunda-feira após uma maratona de negociações entre os EUA e outros 11 países banhados pelo Oceano Pacífico, tem como objetivo liberalizar as trocas comerciais no que representa 40 por cento da economia mundial. O acordo, que precisa ser aprovado pelo Congresso dos EUA, tem recebido críticas de parlamentares.
Muitos democratas, incluindo grupos sindicais dos quais Hillary busca apoio, temem que o pacto vá custar empregos na indústria norte-americana e enfraquecer as leis ambientais.
O principal rival de Hillary na disputa para se tornar o candidato democrata na corrida de 2016 à Casa Branca, o senador Bernie Sanders, representante do Estado do Vermont, também se manifestou contra o acordo e alertou que o TPP custaria empregos e prejudicaria os consumidores.
"Tenho dito desde lá no início que nós tínhamos que ter um acordo comercial que criasse bons empregos nos EUA, elevasse os salários e avançasse em nossa segurança nacional", disse Hillary na entrevista.
"Acho que ainda existem muitas questões não respondidas, mas para mim, tudo realmente se resume a essas três coisas", disse ela.
(Reportagem de Timothy Ahmann e Amanda Becker)