SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá ter uma produção recorde de soja acima de 100 milhões de toneladas na temporada 2015/16, estimou sexta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com um crescimento da área plantada e expectativa de um clima favorável.
Em seu primeiro levantamento para a safra cujo plantio está começando, a Conab projetou uma colheita de soja entre 100,1 milhões e 101,9 milhões de toneladas, o que superaria a maior marca da história, de 96,2 milhões de toneladas, registrada em 14/15, segundo a Conab, que apontou também exportações recordes de 53 milhões de toneladas da oleaginosa em 15/16.
"É um fato importante... isso dá uma sustentação muito grande na balança comercial e traz segurança ainda maior dentro do contexto de produção brasileira", afirmou a jornalistas o presidente em exercício da Conab, Lineu Olímpio de Souza, no anúncio da previsão.
A safra de soja crescerá com um aumento de até 3,6 por cento no plantio, para 33,2 milhões de hectares.
Por outro lado, a safra de milho deverá cair ante a temporada anterior para 82,6 milhões a 83,6 milhões de toneladas, ante 85,5 milhões de toneladas em 14/15.
A área plantada de milho poderá recuar até 2,7 por cento, para 15,4 milhões de hectares, com produtores privilegiando a soja na safra de verão.
Apesar do recuo esperado na produção de milho, o Brasil ainda deverá ter uma safra recorde de grãos e oleaginosa, muito em função do crescimento da soja.
A Conab projetou a safra total do país em 15/16 entre 210,3 milhões e 213,5 milhões de toneladas, ante 209,8 milhões em 14/15.
O país teria uma nova produção de grãos histórica, mas ainda está muito distante dos maiores produtores globais --os Estados Unidos, por exemplo, produzem mais de 300 milhões de toneladas apenas de milho.
O Brasil, no entanto, tem sido o maior exportador de soja do mundo. As exportações da oleaginosa poderiam crescer mais de 2 milhões de toneladas ante a temporada passada, estimada em 50,8 milhões.
Já os embarques de milho do Brasil, o segundo exportador global do cereal, foram projetados pela Conab em novo recorde, de 28 milhões de toneladas em 15/16, ante 27,2 milhões em 14/15.
(Por Roberto Samora, em São Paulo, e Marcela Ayres, em Brasília)