SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores da usina siderúrgica da Usiminas (SA:USIM5) em Cubatão (SP) vão iniciar greve por tempo indeterminado a partir da quarta-feira, em protesto contra a decisão da empresa de parar a produção de aço e demitir milhares de funcionários, informou o sindicato local.
"Vamos parar a partir de amanhã. A intenção é fazer a greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Siderúrgicos de Santos e Região, Florêncio Rezende de Sá", à Reuters. Segundo ele, o movimento da entidade vai envolver na Usiminas 6 mil a 7 mil trabalhadores.
Maior produtora de aços planos do Brasil em capacidade instalada, a Usiminas anunciou no fim de outubro que vai desativar temporariamente atividades de produção de aço da usina de Cubatão, mantendo as de laminação. A empresa citou o cenário de fraqueza da economia e a deterioração dos preços da liga nos mercados internacionais e que tem intenção de cortar 2 mil funcionários diretos da usina e outros 2 mil terceirizados.
O anúncio veio no mesmo dia em que a empresa informou o quinto prejuízo trimestral consecutivo, entre os meses de julho a setembro deste ano.
Em comentários a analistas de mercado, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, disse na ocasião que a empresa vai cortar o investimento previsto para 2016 pela metade em relação aos menos de 750 milhões de reais previstos para este ano. A queda do investimento contabiliza a suspensão da produção de aço em Cubatão.
Florêncio afirmou que a Usiminas ainda não começou a demitir funcionários ligados às atividades primárias da usina, pois eles têm estabilidade até 23 de dezembro. Mas ele comentou que a empresa já cortou cerca de 600 terceirizados da usina desde o anúncio de outubro.
Em comunicado sobre manifestações previstas para ocorrerem na quarta-feira em Cubatão contra o corte na capacidade da companhia, a Usiminas afirmou que respeita o direito dos cidadãos de expressarem livremente suas opiniões, mas espera que as manifestações previstas para o dia 11 se deem de forma pacífica". A empresa afirmou ainda que "espera que seus trabalhadores não sejam impedidos de exercerem suas atividades".
(Por Alberto Alerigi Jr.)