SÃO PAULO (Reuters) - MasterCard e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) seguem empenhados em formar a joint venture em cartões mesmo após a superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter recomendado impugnar o negócio, disse nesta terça-feira um executivo da companhia norte-americana.
"Estamos tendo um processo normal de conversas com o regulador, acompanhando audiências públicas", disse à Reuters o presidente da MasterCard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, após participar de evento na Amcham.
A parceria de 20 anos prevê uma joint venture controlada pela MasterCard para administrar uma nova marca de cartões.
O receio manifestado pelo órgão antitruste em janeiro é de que o negócio crie entraves à concorrência, dado que uniria o maior emissor de cartões, uma das maiores credenciadoras, no caso a Rede, do Itaú (SA:ITSA4) Unibanco, e uma das maiores bandeiras.
Em novembro, o Cade já havia pedido dados mais detalhados sobre a transação, com receio de que arranjo crie incentivos que levem a práticas anticoncorrenciais. O prazo legal para a decisão final do órgão é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90. O conselheiro Paulo Burnier da Silveira é o relator do caso.
Segundo Paro Neto, MasterCard e Itaú Unibanco não vão desistir do negócio e estão atendendo aos pedidos de informação solicitados pelo Cade.
O executivo da MasterCard negou que o objetivo do negócio seja ter um concorrente direto para a bandeira nacional de cartões Elo, controlada pelos bancos Bradesco (SA:BBDC4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3).
"O Brasil já tem cerca de 30 marcas de cartões; não haveria problema em ter mais uma".
(Por Aluísio Alves)