Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A companhia brasileira de locação de espaços para armazenagem GoodStorage vai investir 500 milhões de reais na compra de cerca de 30 imóveis no país nos próximos três anos e avalia que poderá dobrar a receita este ano, apoiada em procura de empresas por redução de gastos com estoques.
A companhia, que tem entre os sócios a gestora de private equity HSI Investimentos e o fundo global de investimentos Evergreen Real Estate Partners, pretende ampliar a área locável dos atuais 30 mil metros quadrados para 100 mil, chegando a 30 unidades no país por volta de 2018.
A empresa atualmente avalia 20 imóveis na cidade de São Paulo, além de Grande ABC (SP), Guarulhos (SP), Osasco (SP) e Campinas (SP). O objetivo é encontrar pontos em regiões urbanas e próximas às principais vias de acesso das cidades.
"A gente tem um posicionamento estratégico hoje que é atuar em São Paulo em 2016 para ter economias de escala, foco, eficiência. Como plano estratégico estão as capitais do Brasil, e bastante em breve (vamos) expandir para as capitais do Sudeste", disse o presidente-executivo e sócio da companhia no Brasil, Thiago Cordeiro.
Em 2015, a empresa passou de duas unidades de locação de espaços no Estado de São Paulo para cinco no final do ano. Para 2016, prevê chegar a sete pontos no primeiro semestre e mais cinco na segunda metade do ano, chegando a 12 instalações. O setor, também conhecido como self storage ou "guarda-móveis", cresceu 5 por cento no ano passado no Brasil, de acordo com o executivo.
Cordeiro disse que neste momento de crise a empresa pretende aproveitar algumas oportunidades de aquisições. "O preço dos ativos claramente tende a ceder... Passa a fazer cada vez menos sentido ter um imóvel parado", disse. Além de comprar imóveis para reforma, a empresa também avalia a aquisição de terrenos para construir novas unidades.
A companhia recebeu um aporte inicial de 150 milhões de dólares, e junto com seu caixa, está num patamar considerado adequado para fazer os investimentos, de acordo com Cordeiro.
Segundo ele, a receita da GoodStorage mais do que dobrou no ano passado, e neste ano o objetivo é dobrar novamente. Cordeiro, porém, não divulgou os números.
Cordeiro afirmou que o aluguel de espaço para armazenamento por pequenas e médias empresas tem espaço para avançar no Brasil por causa da economia de custos na cadeia logística destes negócios.
"A empresa usa exatamente a área que ela precisa, compartilha custos fixos como segurança, IPTU, limpeza. Numa situação de crise ou retração, você tem um setor de pequenas e médias empresas que passa a ser usuário", afirmou.
No caso das pessoas físicas, a tendência de apartamentos cada vez menores tende a beneficiar o uso dos "guarda-móveis", acrescentou. Porém, com a crise econômica, apenas causas mais urgentes motivam o uso do serviço.
A taxa de ocupação dos espaços da companhia atualmente é de 60 por cento. A expectativa é que o nível de uso das unidades, cujo preço médio do aluguel do metro quadrado é de 70 reais, atinja 85 por cento nos próximos anos. Após a abertura de um espaço, o indicador chega ao patamar de 85 por cento entre três e quatro anos, afirmou o executivo.