Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - Combatentes islâmicos atacaram quartéis do Exército e da polícia na cidade tunisiana de Ben Guerdan, perto da fronteira com a Líbia, nesta segunda-feira, e pelo menos 50 pessoas morreram no confronto, incluindo civis, disseram moradores e o Ministério do Interior.
As autoridades isolaram a cidade litorânea de Djerba, que fica nas proximidades e é um destino popular entre turistas locais e estrangeiros, e fecharam duas passagens de fronteira com a Líbia, relatou a agência estatal de notícias TAP.
Não ficou claro de imediato se os agressores cruzaram a divisa, mas o atentado desta segunda-feira foi o tipo de operação militante que o governo da Tunísia temia. Túnis está em alerta para um possível desdobramento do conflito em solo líbio, onde militantes do Estado Islâmico vêm ampliando sua presença.
A televisão local transmitiu imagens de soldados e policiais agachados em umbrais e telhados enquanto disparos ecoavam no centro da cidade. Corpos de militantes mortos jaziam nas ruas perto do quartel do Exército, disseram moradores.
"Vi muitos militantes ao amanhecer, estavam correndo com seus (rifles de assalto) Kalashnikovs", contou Hussein, um morador, à Reuters por telefone. "Eles disseram ser do Estado Islâmico e vieram atacar o Exército e a polícia".
Soldados mataram 33 militantes e prenderam outros seis depois de estes atacarem postos militares e policiais, informou o Ministério do Interior. Fontes hospitalares disseram que pelo menos sete civis foram mortos, além de dez soldados.
Embora a Tunísia seja considerada um modelo de transição democrática desde seu levante contra o presidente Zine El-Abidine Ben Ali em 2011, o país norte-africano também está mergulhado em uma luta com a insurgência islâmica.