HAVANA (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu, neste sábado, que a América Latina não ceda à "brutal pressão" dos Estados Unidos para isolar seu governo, que enfrenta intensa oposição tanto em casa quanto internacionalmente.
O chefe da Organização dos Estados Americanos (OEA), que a Venezuela enxerga como um peão da política dos EUA, pediu nesta semana por uma reunião de emergência para discutir uma possível censura do país por conta da violação de normas democráticas.
Enquanto isso, na quinta-feira, um alto representante da diplomacia brasileira disse que o Brasil pode ajudar a bloquear a Venezuela de assumir a presidência rotatória do Mercosul, neste mês, em uma tentativa de evitar que Maduro fortaleça seu poder.
"Eu peço para que governos do continente mantenham a solidariedade, cooperação e compreensão e não cedam à… brutal pressão para isolar a Venezuela", disse Maduro a líderes caribenhos em uma cúpula em Havana.
À medida que a Venezuela se aprofunda em uma crise econômica que inclui falta de alimentos e medicamentos, disparada da inflação e saques esporádicos, protestos da oposição por um referendo para tirar o presidente crescem.
Maduro denunciou esse movimento como um golpe de Estado apoiado pelos EUA contra seu governo socialista.
"A Venezuela não vai ceder, não vai se ajoelhar, vamos lutar com a mesma força que lutamos contra golpes e qualquer tipo de intervencionismo neste últimos 17 anos", disse.