Buenos Aires, 8 jan (EFE).- Uma juíza de Buenos Aires suspendeu
hoje o pagamento de dívidas da Argentina com reservas do Banco
Central, como reivindicavam, em um recurso de amparo, as principais
forças políticas da oposição, informaram fontes judiciais.
A decisão da juíza María José Sarmiento sustenta que o Parlamento
deve ser responsável por decidir o uso dos recursos do Banco
Central, por isso suspendeu o decreto que a presidente argentina,
Cristina Fernández de Kirchner, assinou em meados de dezembro
passado para pagar dívidas com reservas monetárias.
O assunto é motivo de um conflito que ontem levou à demissão,
também por decreto, do presidente do Banco Central, Martín Redrado,
devido à recusa deste em cumprir a determinação do Executivo.
A decisão da juíza será notificada em breve à Coalizão Cívica -
terceira força parlamentar -, à aliança conservadora Proposta
Republicana (PRO) e as outras forças opositoras que apresentaram o
recurso de amparo.
O deputado Federico Pinedo, do PRO, confirmou a rádios locais o
golpe ao Governo de Cristina, apesar de ter afirmado que ainda não
está a par dos detalhes da sentença da juíza.
Redrado ratificou hoje que não está disposto a renunciar, como
havia solicitado na quarta-feira o Governo de Cristina, que, no dia
seguinte, o afastou por meio de um decreto assinado por todos os
ministros, o que gerou uma áspera polêmica com a oposição. EFE