Investing.com - Com todos os olhos voltados para a publicação do relatório de emprego de novembro, cuja divulgação está marcada para as 13h30 desta sexta-feira, o foco dos mercados, além de em mais uma demonstração de força do mercado de trabalho americano amplamente esperada, ficará nas implicações para o caminho da política monetária do Federal Reserve (Fed).
A projeção consensual é a de que o relatório desta sexta-feira mostrará que a economia gerou 175.000 empregos em novembro, mais do que outubro, que registrou aumento de 161.000.
Estima-se que a taxa de desemprego continuará estável, a 4,9%, e que a renda média avance 0,2%.
Os representantes do Fed já indicaram que sentem que o mercado de trabalho está, no mínimo, muito próximo do objetivo do pleno emprego, embora ainda apresente pontos fracos.
Por exemplo, o índice de participação, um indicador do percentual de pessoas economicamente ativas empregadas ou procurando um emprego ativamente, caiu em outubro, quase atingindo seu nível mais baixo desde 1978.
Ainda assim, os dados de quinta-feira mostraram que o número de pedidos de seguro-desemprego permaneceu abaixo do limite de 300.000, geralmente associado a um mercado de trabalho sólido, por 91 semanas consecutivas, a maior sequência desde 1970.
O crescimento do salário médio anualizado em outubro foi de 2,8%, seu ritmo mais acelerado desde 2009 e sinal positivo que sugeriria que os consumidores poderiam começar a repassar esses maiores ganhos à economia efetivamente.
Implicações do aperto da política pelo Fed
Com tudo isso em mente e com todos os mercados já considerando um aumento integral de 25 pontos-base na reunião de 13 e 14 de dezembro, seria necessário um relatório cataclísmico para balançar a postura do Fed.
No entanto, os mercados que visam o longo prazo poderiam usar os dados para ajustas suas expectativas de uma futura alta em 2017 por parte da autoridade monetária americana, mesmo antes do anúncio e da implementação de políticas pelo então presidente, Donald Trump.
O mercado espera que a administração de Trump repasse políticas para aumentar os investimentos em infraestrutura, o que poderia fomentar o crescimento econômico e acelerar a inflação, colocando ainda mais pressão sobre o Fed para prosseguir com a normalização da política.
De acordo com o Monitor das taxas de juros do Fed da investing.com, as apostas do mercado em relação a um segundo aumento dos juros na reunião de junho de 2017 já passaram o limite de 50% e estabilizaram-se em 58,1%.
Nas datas de decisão sobre a política agrupadas, os fundos federais futuros sinalizam uma chance de apenas 27,3% de alta em maio, enquanto que as apostas para uma elevação adicional em julho são de 63,3%.
Enquanto isso, o dólar operou estável antes da publicação. Às 9h36, no horário de Brasília, o índice dólar americano, que mede a força da moeda frente a uma carteira ponderada das seis principais moedas do mercado, apresentou alta de 0,05%, a 101,07.
O ouro para entrega em fevereiro, na divisão Comex da Bolsa de Valores de Nova Iorque, registrou alta de US$ 2,35, ou 0,2%, sendo negociado a US$ 1.171,75, às 9h38. O metal amarelo recuperou-se da mínima de 10 meses nesta sexta-feira, operando em leve alta antes da divulgação do relatório de emprego dos EUA.
O mercado futuro americano seguia para uma abertura em baixa. O Dow futuro, índice que engloba as principais empresas listadas na bolsa, caiu 29 pontos, ou 0,15%, às 9h41; o S&P 500 futuro recuou 6 pontos, ou 0,27%, enquanto que o Nasdaq 100 futuro, composto pelas maiores empresas de tecnologia do mercado, registrou queda de 23 pontos, ou 0,49%.