Atenas, 17 mai (EFE).- Grécia espera receber nas próximas 48
horas o primeiro aporte de 14,5 bilhões de euros do pacote de
empréstimos concedido pela zona do euro para evitar a falência do
país, como confirmaram hoje a Agência Efe fontes do Ministério das
Finanças grego.
Essa quantia é parte da ajuda de 30 bilhões de euros que o
Eurogrupo fornecerá à Grécia neste ano, e que se soma aos 10 bilhões
de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 12 de maio, o FMI entregou pouco mais da metade de sua parte
do pacote de resgate (5,574,8 bilhões de euros), com uma taxas de
juros de 1,3% e 3,3%.
Com a ajuda externa, a Grécia terá condições de honrar o
pagamento das obrigações de 9 bilhões de euros que vencem em 19 de
maio e quitar os salários e aposentadorias até junho, como garantiu
recentemente o ministro das Finanças grego, Giorgos
Papaconstantinou.
Há uma semana, a União Europeia (UE) e o FMI deram sinal verde à
ativação do mecanismo de resgate à Grécia que prevê créditos no
valor de 110 bilhões de euros em três anos.
Os meios gregos informaram hoje que o FMI, a Comissão Europeia e
o Banco Central Europeu (BCE) abriram um escritório em Atenas a
partir do qual vão supervisionar durante os próximos três anos os
progressos do Executivo nas medidas de economia e a reforma
econômica pactuadas como condição para entregar a ajuda.
A primeira inspeção deve ocorrer no início de junho. Na ocasião,
serão examinados os cortes das maiores pensões, a reforma do mercado
de trabalho, o melhor uso dos fundos europeus, as mudanças no
sistema financeiro e a redução da despesa do sistema público de
ferrovias.
A Bolsa de Atenas abriu hoje em baixa e minutos após iniciar o
pregão registrava queda de 2,39%.
O diferencial do bônus grego para dez anos em relação ao de
referência alemão estava em 510 pontos básicos às 4h30 (horário de
Brasília).
Na próxima quinta-feira, em 20 de maio, uma nova greve geral
convocada pelos sindicatos será realizada no país para protestar
contra as duras medidas de economia.
Especialmente, a greve dos trabalhadores portuários não permitirá
a partida de navios das ilhas, o que afetará o importante setor
turístico, que já sofreu mais de 30 mil cancelamentos em hotéis
devido aos distúrbios vividos durante as manifestações.
A Grécia fixou o objetivo de reduzir o déficit fiscal em 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) até 2014, a partir 13,6% que teve em
2009. EFE