México, 25 fev (EFE).- A crise na Europa e os mecanismos para reforçar o combate aos problemas financeiros internacionais estão dominando a reunião de dois dias realizada no México pelos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do Grupo dos Vinte (G20).
As declarações de alguns dos presentes à reunião feitas à margem dessa cúpula reiteraram a necessidade de que se consigam fortes mecanismos de respaldo financeiro para evitar que as angústias que a Europa atravessa atualmente se espalhem.
"Ainda temos que construir a mãe de todos os bloqueios (financeiros)", afirmou o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría, ao abrir neste sábado as sessões de um seminário financeiro internacional paralelo à reunião do G20.
Esse bloqueio tem que ser "largo, grosso e crível, e quanto mais crível mais útil", acrescentou.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, destacou os progressos dos líderes da Europa para convencer o mundo de que não vai haver "queda financeira catastrófica", mas também disse que ainda "têm mais que fazer".
"É importante dar crédito aos líderes europeus pelo tamanho do que conseguiram", acrescentou o alto funcionário americano. "Mas eles não terminaram; sabem que têm que fazer mais", acrescentou.
Da mesma forma que Gurría, Geithner falou sobre bloqueios de defesa financeira, e encorajou os líderes europeus para que, da sua parte, se levante um "mais forte e crível", que, se for conseguido, dará mais oxigênio à economia do velho continente.
A possibilidade de contar com essas defesas financeiras perante a crise está na mesa de negociações da reunião do G20 deste fim de semana, mas não se espera que sejam adotadas resoluções importantes nesse sentido, segundo fontes oficiais mexicanas.
Isso, de um lado, porque a Europa tem pendente definir como armará suas próprias defesas ou se aumentará o teto de 500 bilhões de euros fixado em dezembro do ano passado pelos países da eurozona.
Está previsto que o tema seja analisado antes da cúpula europeia do dia 1º e 2 de março próximo e se considera a possibilidade de que seja realizada em outra das nações da eurozona nesses mesmos dias a fim de definir um possível reforço do bloqueio financeiro.
A maioria dos países da eurozona, assim como os Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional (FMI), entre outros, são a favor de que esse teto do mecanismo europeu chegue até 750 bilhões de euros (aproximadamente um trilhão de dólares), unindo os recursos de dois fundos de resgate.
De outra parte, também não há consenso internacional para reforçar os recursos do FMI, um dos temas nos quais é a favor o país anfitrião da reunião do G20, mas que encontra oposição em outras nações.
O programa da reunião inclui um começo formal durante um coquetel que o presidente mexicano, Felipe Calderón, deve oferecer no final da tarde aos participantes no Castelo de Chapultepec, segundo fontes oficiais.
Este sábado se reuniram desde o começo da manhã os vice-ministros que à tarde passaram o bastão aos titulares das pastas, que prolongarão seus debates até domingo à tarde.
Tanto a reunião de vice-ministros como os debates dos ministros são realizados em um hotel ao qual a imprensa não teve acesso. Espera-se que a reunião termine neste domingo com várias entrevistas coletivas das figuras mais relevantes.
Antes desse coquetel de Calderón com os participantes da reunião, o presidente mexicano, cujo país exerce a Presidência rotativa do G20 (que reúne as principais nações industrializadas e emergentes), se reuniu com uma lista restrita de participantes desta reunião.
Entre eles estavam Geithner, o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos; o presidente do Banco do Canadá (central), Mark Carney; e a diretora do FMI, Christine Lagarde, disseram fontes próximas aos organizadores da reunião. EFE